O oficial aposentado da Polícia Militar de São Paulo que negociou uma desocupação de terreno com Guilherme Boulos disse em entrevista à Fórum que, no caso Pinheirinho, em São José dos Campos, o hoje candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo queria negociar uma saída pacífica do terreno.
A área, então abandonada e pertencente à massa falida da Selecta, tinha sido ocupada por famílias de sem teto, com liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Em janeiro de 2012, com uma ordem de reintegração de posse em mãos, o batalhão da Polícia Militar da região fez a desocupação em uma ação violenta, com disparo de tiros contra os moradores. Quase 2.000 policiais militares atuaram na operação, dezenas de pessoas ficaram feridas e confrontos se espalharam por bairros vizinhos.
Adilson Paes de Souza, 56 anos, era então tenente-coronel da PM. Ele tinha negociado com Boulos uma retirada pacífica de sem teto em uma ocupação em Taboão da Serra (Grande São Paulo) em 2010. E o líder do MTST o procurou para tentar uma intermediação com o comandante da área de São José dos Campos. A ideia de Boulos era que a saída fosse tranquila como naquele caso em que os dois atuaram juntos. “Infelizmente eu não tive como ajudar”, disse Souza.
Aposentado da corporação desde 2012, Souza gravou um vídeo para contar a experiência que teve com Boulos em 2010. E diz que o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo é uma pessoa “ética, ponderada, que cumpre a palavra, busca o diálogo e o entendimento”.
Em agosto de 2010, quando comandava o batalhão da PM em Taboão da Serra, ele recebeu uma determinação judicial para reintegração de posse de terreno ocupado pelo MTST na cidade. Conta que chamou para uma reunião o autor da ação e integrantes do movimento, entre eles Boulos. A ideia era conduzir a desocupação de forma pacífica, sem confronto e com preocupação com todas as pessoas envolvidas.
O oficial aposentado relata que, junto com o MTST, buscou órgãos do Executivo municipal, estadual e federal e, assim, conseguiu cadastrar as pessoas que ocupavam a área em tempo recorde em programas de aluguel social.
Souza diz que “todos os compromissos” que fez com Boulos naquele processo foram cumpridos. “Ele batalhou comigo pela via pacífica, foi meu único parceiro naquela ocasião”, disse à Fórum.
Hoje o ex-comandante é doutor em psicologia. E disse que buscou com a iniciativa cumprir seu juramento ao se tornar policial que era proteger as pessoas. “Tenho que tratar as pessoas como gente, não como animal”, afirmou na entrevista.
Segundo o oficial aposentado, ele gravou o vídeo a pedido da coordenação da campanha e também como “um contraponto às acusações levianas que o Guilherme Boulos vem sofrendo”.
E, no final, ele declara voto em Boulos e manifesta apoio à candidatura.
Veja o vídeo no link abaixo:
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