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                                                                         Aos Educadores e Educandos, Potências-Políticas da Educação

A aula é um ato político, afirmam os filósofos Deleuze e Guattari. O virtual da aula, como potência do real-político, se atualiza pelo processual maquínico dos encadeamentos da educação como práxis e poiesis pedagógicas. E seus agentes constitutivos criadores dos corpus afetivos, cognitivos e éticos da aula são o Professor-Educador e o Aluno-Educando. Porém, enquanto professor e aluno refletem a semiótica-estrutural do Estado, como sujeitos-sujeitados à ordem-institucional, o Educador e o Educando refletem a dimensão Ontológica do Educar que escapa de qualquer sujeição que procura tornar ambos como meros reverberadores da caixa de ressonância do poder estabelecido como verdade-molar. 

A Educação é o movimento-real. Seus corpus-constitutivos encontram-se continuamente em trepidação-deslocamento como velocidade-lentidão, movimento-repouso, longitude-latitude: Vida. No enunciado do filósofo Nietzsche, a Educação faz travessia: A Vida ativa o Pensamento e o Pensamento Afirma a Vida. Educar é afirmar a Vida como contínua ultrapassagem. A ultrapassagem- criadora. O Educador e o Educando são potências vitalista inseparáveis. Um não existe sem outro. É a vocação-coletivista na criação dos mundos. Este o espírito-original da Educação.

A Potência-Política da Educação é a Potência-Política da Sociedade. A Ontologia do Ser-Histórico. Só há História como Política-Educação. Desta forma, a Política não existe alienada dos homens e mulheres. A Política são os homens e a as mulheres em práxis e poiesis Dialéticas. Nenhum seguimento da Sociedade que não reflita essa práxis e poiesis Dialéticas, não pode ser chamado de Político. E muito menos lixo da História, visto que a História é nela mesma em sua condição necessária e não contingente. 

 Embora a aula seja um ato político materializado na Escola, o Educador e o Educando circulam, suas perspectivas por todos quadrantes do mundo. São essas perspectivas-mundivisões que lhes fazem engajados e responsabilizados pelo Mundo. São elas que formam suas consciências da aula, como ato político, indo alem da sala de aula e da Escola. São esses entendimentos que lhes levam a compreender que a Educação é Democracia. 

Uma data é apenas uma data. Um registro muitas vezes estabelecido pelo poder como forma de dominação. E muitas datas comemorativas servem apenas para despertar sentimentos de culpa, dívidas, sentimentos de submissão, agradecimento de reconhecimento por algum explorado. No caso do trabalhador em Educação, sua data comemorativa só tem fundamentação-ontológica se ele se conhece como Classe-Política transformadora e criadora de novos saberes e dizeres necessários à Vida. É como Classe-Trabalhadora que ele pode construir seu Ego-Social-Original capaz de dimensionar seu Ser-Coletivo. É como Classe que ele espiritualiza sua potência-produtora que não se submete a opressão patronal, porque tem a greve como seu princípio maior diante da voracidade do opressor. 

É tempo de eleição, e sendo a Classe dos Educadores uma das mais numéricas em Manaus, seria maravilhoso se ela aproveitasse essa hora para produção de Democracia, visto não ser a Democracia um corpo acabado. A Democracia é uma produção constitutivamente contínua. É a composição das Potências da Mulheres e Homens politicamente-ativos.

Mas, infelizmente, existe um grande número de sujeitos-sujeitados no mundo da Educação que são meros professores e professoras. Suas preocupações-básicas são apenas seus humilhantes salários. E não participam de greve. São estes que votam com o inimigo de si próprios. São estes os reacionários, repetidores do mesmo, apavorados com a Vida. Por isso, se colocam à disposição da COVID -19 juntos com seus alunos, se submetendo ao ordenamento tanático. São os deprimidos, dolentes, amaciados, adormecidos, satisfeitos, entorpecidos, laminados, estereotipados, com forte componente de sentimento de auto-punição, baixa auto-estima, pulsão de morte, por isso abraçam o carrasco. Como seria lindo, se nesta data, uma partícula de Eros atravessasse eles fazendo vazar uma libertadora inspiração. Quem sabe um piração. Como seria Educacionalmente-Revolucionário. 

Mas, vamos ao lúdico, porque a aula como ato politico, é uma Festa! Porque a Vida é uma Festa! Uma Bela Festa-Coletiva! Uma festividade Dionisíaca! A festividade Política consagrada como Educação-Democracia!

 

Festivamente, Associação Filosofia Itinerante (AFIN).

 

 

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