FIM FARSESCO DE MORO, CONFIRMA QUE NENHUM HERÓI É REAL, MAS PRODUTO DO DELÍRIO-MÍSTICO-MÍTICO

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“O Herói não “libera” os acontecimentos nem as forças históricas, nem constrói uma história. Encadeia as figuras do mito e da lenda; é por osso que nem a Revolução nem a Democracia têm a necessidade de um herói”. afirma o filosofo francês Jean Baudrillard, em sua obra A Troca Impossível.
Não há possibilidade de troca entre o real e o delirante. Na troca são necessários o sujeito-cognoscente e o objeto-cognoscível com suas propriedades-materiais constitutivas. O herói é uma enunciação mistificada-mitologizada construída com componentes delirantes saídos da fantasia-infantilizada necessária ao delirante para negar o princípio de realidade. Estabelecido em um mundo fantasioso, o sujeito-sujeitado delirante se nutre de suas próprias abstrações, e quer que os outros as levem em conta.
A enunciação mistificada-mitologizada do delirante só ganha reflexo em sujeitos-sujeitados pela força da infantilização de seus egos que se encontram deslocados no mundo das referências-racionais. Quando o discurso da heroicização se propaga, é porque há um meio neurótico ou psicótico em conflito com componentes paranoicos. A psicanálise diz que a necessidade de herói é impulsionada por energias conflituosas de componentes edipianos.
Os sujeitos-sujeitados que necessitam de herói, em função de seus egos-infantilizados, sofrem da nostalgia do abandono paterno e tentam reparar este trauma, mesmo quando não foram abandonados fisicamente pelo pai, com o delírio do herói que, na realidade, não é a pessoa que serve para desempenhar este papel delirante. Assim, o herói é um iludido crente que é amado. Quando não é. Ele só serve de objeto-delirante para os que simulam ter por ele uma exacerbada fascinação. Quando, em verdade, se observa um deslocamento-projetivo-delirante, visto sua personalidade só servir para sublimar as pulsões-edipianas-culposas em relação a figura do pai.
É possível, neste sentido, entender Baudrillard com sua afirmação “o Herói não “libera” os acontecimentos nem as forças históricas, nem constrói uma história”. É que a história, como diz Marx, é o resultado das forças produtivas dos homens e mulheres como movimento real, onde o mito e a lenda servem apenas para entreter e não criar realidade. A realidade não é criada mitologicamente e nem lendariamente. A realidade é produto das propriedades-humanas físicas e mentais.
Na sociedade pós-moderna, o herói para se alocar na consciência-imaginária da sociedade, precisa ser inventado e impulsionado pelos meios de comunicação de massa observadores de seus próprios interesses, principalmente econômicos, como ocorreu com Sérgio Moro, em detrimento ao Partido dos Trabalhadores, objetivamente, em relação a Lula. Mas, o fundamento da exacerbação dessa heroicização-tupi-niquim, se deu por conta da existência do componente místico-mítico dominante em grande parte da sociedade brasileira traspassada por um profundo sentimento de abandono em reação ao simbólico do pai-castrador. Sem este estado-delirante, o “herói” não perambulava nesta consciência-psicossocial. O mesmo corpo psicossocial que elegeu Bolsonaro o “mito”. Como a Democracia é um regime-político racional, defendido por entre outros, o filósofo Spinoza, todo eleitor mistificado e mitificado ao eleger um candidato que se presta a essa representação delirante, é antidemocrata.
Como até as pedras que não rolam, por isso criam limo, sabem, entre os objetivos dos fantasistas de Moro era tê-lo como candidato à presidência do Brasil e ganhar. Entretanto, ocorreu com ele a mesma ocorrência que abate todos os heróis e mitos: sua “sólida” fama se desmanchou-se “no ar”, diria Marx. Hoje, em nota, a jornalista Mônica Bergamo escreveu que a mulher de Moro, Rosângela Moro, afirmou, entre conhecidos, que “a política partidária, com seus embates selvagens, não seria para ele”. E que Moro vem afirmando para amigos “que não se sente inclinado a disputar um cargo eleitoral”. Ainda, segundo a jornalista, Moro tem medo da insegurança física quando terminar o direito à escolta da Polícia Federal que encerra agora em outubro. Todas as afirmações contra tentar uma candidatura, são racionalizações. O objetivo de Moro, como de membros da Lava Jato, era chegar à presidência.
Agora, sem seu “herói”, os delirantes elaboram outros entes emergidos das pulsões profundas de suas mentes. O fantasma da inautenticidade-farsesca do não-existir.