PROFESSORA DO ENSINO PÚBLICO DO AMAZONAS TEM MORTE CAUSADA POR COVID 19 IMPLICADA PELO AUTORITARISMO-OFICIAL-IRRACIONAL

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
Quem não atingiu a dimensão humana da Existência não pode saber qual o sentido da vida em comunidade. Existir é se tornar alteridade no mundo, onde o outro é elemento fundador do eu. O eu e outro são inseparáveis para produção histórica da Existência compromissada. Sem dimensão humana da vida predomina o fantasma-paranoico da morte e nenhuma vida é essencial. Até mesmo a dos despossuídos desta dimensão ontológica. Embora os fantasmas teçam ilusões de viver, o que comanda mesmo são os corpos tanáticos como comandos sedutores da destruição da vida. Forma nazifascista de destruição. Ou como forma de mistificação narcísica do absoluto.
As pessoas que atingiram a dimensão humana da Existência, não aceitam e não entendem por que as chamadas autoridades obrigaram professores, alunos e servidores voltarem para as escolas em pleno a pandemia que para cientistas significa a segunda onda da Covid 19. Agora, mais letal.
Estas pessoas se indignam, e nesta indignação se angustiam duplamente. Uma, por não aceitarem essa obrigatoriedade. Prática narcísica desrealizada de autoritarismo-oficial. Duas, porque sentem a ameaça sobre elas mesmas e, solidariamente, a ameaça sobre os outros que estão expostos. Porém, é preciso que elas deixem este estado de coisa do desconhecimento para desenvolverem mecanismos de defesa contra esse ódio que cultua a morte do outro. E, só será possível terminar este estado de coisa do desconhecimento, se elas entenderem o ódio que muitos têm pela vida. E que muitos destes odiadores da vida, ocupam cargos públicos para sublimarem suas psicopatologias-fantasmática, suas pulsões recalcadas, como afirma Freud, causando dor nos outros. Sabendo da personalidade destes indivíduos fica mais fácil diminuir a angústia e criar formas de combate destes fantasmas que não têm qualquer função social, e são, somente, produtos das repressões e castrações vividas na infância.
Em um quadro terrível de contaminação de professores, alunos e servidores no sistema do ensino público do estado do Amazonas, a lúcida e engajada professora de Ciências, Leila Guerra, da Escola Estadual Sebastião Augusto e do Ensino Fundamental, teve morte por Covid 19 no dia de hoje, 21, depois de ser internada no dia 13. A professora Leila é daquelas pessoas comprometida com a história, porque entendeu com clareza o que significa classe. Ela sabe da diferença do conceito-politico de classe como classe operária, classe, escolar, classe média, classe elite, classe pobre, por isso sabe que a morte por Covid é causada por um vírus ligado diretamente com a ciência. Mas, sabe, claramente, que a morte,nesse caso, é produto da insignificância de homens e mulheres despossuídos de qualquer dimensão humana da Existência.
Leila, sabe, também, junto com o psiquiatra-filósofo, Félix Guattari, que “a sociedade política da democracia burguesa não passa de lugar de negociação das diversas facções do capitalismo”. jamais negociação pelo privilégio da vida, e, sim, do lucro. E nessa negociação, a vida do outro não conta, visto que o capitalismo é predador. Por esse conhecimento, quando voltou vivenciar a classe escolar, não foi por medo da imposição-oficial ou por ter um eu-deprimido, covarde, mas por comprometimento com seus colegas-educandos. Colocou a vida em situação de desafio. Ato dos comprometidos.
Aí, Leila, o processo dialético da vida é o movimento real. Jamais estagnado.
Abraços respeitosos dos membros da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), através de seu site Afinsophia. org.