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A escala dita humana, a reculhamba não tem um gênero específico. Pode ser homem e mulher e afins. Isto porque, ela se expressa como modus de ser deprimente, indigno para a condição humana criativa e transformadora do status dominante. Em seu sentido mais simples, ou vulgar, é uma forma de comportamento assumido somo submissão por medo do que ela entende como superioridade necessária a ser respeitada. Ela carrega em si a conformação hierárquica. Por se tomar como habitante do estrato inferior, ela acredita que não deve ter voz. Ela é muda. Freud diria que ela sofre de esgotamento da receptividade. Existe só através de seus hábitos funcionais. Daí que ela cultua a ordem, as regras vindas dos que ela acredita serem superiores.

Por seu caráter insignificante, a reculhamba pode ser tratada como lumpen, resto, resíduo, farelo, ralé, casca grossa, detrito político-social-econômico-artístico-ético. Partindo de seu quadro de insignificância, entende-se que ela não é privilégio de uma única classe. Ela encontra-se instalada nas entranhas  de todas as classes sociais.  Isto porque sua espiritualidade é composta de forte mistificação e alienação. O que significa que seu sentido de realidade sai de sua percepção e concepção obstruídas pela força deletéria da abstração. O mundo para ela é produto de suas ideias fictícias e falsas como projeção de sua consciência. Um mundo totalmente abstraído como um quimera: sem essência e existência real. E não um mundo saído de uma percepção e concepção real clara e distinta. Por isso, a reculhamba é pura superstição. Motivo de sua propagação fácil pelo mundo. 

Há reculhamba por todos os lados, porém poucos indivíduos atentam para o explícito fato, visto que em função de sua quantificação ela é tomada como normalidade. Por exemplo o comportamento nazifascista, a estupidez, a brutalidade, a rudez, a ignorância, a prepotência, a cobiça, o orgulho, a covardia, a inveja, a submissão, o ódio, a vingança, o racismo, a homofobia, a misoginia, todos os vícios são próprios de indivíduos reculhambados. A quantificação da reculhamba como prática é cotidianamente encontrada na família, no coleguismo, no emprego, no entretenimento, no partido político, na igreja, nos amantes, nos estádios esportivos, nos bares, nas shoppings, escolas, universidades. Todos estão hierarquicamente abaixo dos valores-humanamente-racionais criados por mulheres e homens engajados e compromissados como a Vocação Ontologia do Existir.

Como prima na reculhamba o sentimento de insignificância, ela é uma insuportável ressentida, fator negador de sua possibilidade de criar laços empáticos-solidários com o outro. O que a faz ser pura solidão embora tente se apresentar como social. E para isso procure constantemente frequentar lugares onde existam algumas pessoas reunidas, pois acredita que ao ser percebida sua insignificância desapareça. Triste e dolorosa ilusão: o sentimento de insignificância só é destruído quando alguém deixa de ser sujeito-sujeitado de uma imposição-paranoica desprezível se escolhendo na coletividade como agente ativo da práxis e da poiesis. Vocação que ela filogenética e ontogenética não contém em si.

Seu sentido de auto-desprezo é tão visível que ela não tem qualquer conhecimento e respeito racional com sua vida e sobre a ameça de morte que ronda a si. É significativa porra-louca. Exemplo atual: não cumpre isolamento-corporal, quarentena e nem usa máscara para se proteger da pandemia Covid – 19. É uma ferrenha praticante do negacionismo propagado por seu mentor maior: Bolsonaro. Uma exaltador da morte. Em sua ignorância-psicanalítica, a reculhamba não sabe que seu culto à morte, em todas as formas existenciais, é produto da repressão-sádica que sofreu na infância, transformada em sentimentos de culpa desprazer,e posteriormente em sintoma-sublimação-inconsciente  e que agora se mostra como necessidade de castigo. Para ela, estupidamente, forma livre de viver a vida. 

Porém, o maior perigo transportado pela reculhamba, referente à sociedade, em função de sua quantificação, é que ela não sabe o que é Democracia. Ela não sabe votar. Seus candidatos são escolhidos por seus deslocamentos-projetivos-reculhambados. Nada do que seja necessário à Democracia.

Mas nem tudo encontra-se perdido. O corpus mais eficiente para travar o avanço da reculhamba é a Educação que começa na família, vai à escola e chega na comunidade-geral. Uma verdade-filosófica que o ilustre sábio Paulo Freire, já propagava. 

 

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