A BRIGA DE NARRATIVAS ENTRE A LAVA JATO E A PGR

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Não tem sentido a explicação da Lava Jato Curitiba, de que o compartilhamento de banco de dados pode permitir vazamentos e uso indevido para achaque. O risco maior é o do controle absoluto de um grupo sobre o banco de dados, sem nenhuma espécie de supervisão externa

Algumas informações sobre a disputa Augusto Aras x Lava Jato do Paraná.

  1. Há uma disputa de narrativas, com a imprensa se colocando a favor da Lava Jato por dois motivos. Um, pela parceria histórica. A desmoralização da Lava Jato tiraria um enorme trunfo da mídia, tanto em credibilidade quanto nas apostas em Sérgio Moro para as próximas eleições. Outro, pela proximidade de Aras com Bolsonaro. Daí a importância de não se deixar levar por intrigas de procuradores plantadas na imprensa. 
  2. Lindora Araujo, subprocuradora braço direito de Augusto Aras, é pessoa de trato difícil. Mas não pairam suspeitas maiores sobre ela. Na qualidade de supervisora das operações do MPF, tem desenvolvido um trabalho positivo com a Lava Jato Rio, segundo os próprios procuradores.  Nas conversas com a Lava Jato do Rio de Janeiro, para liberar os depósitos suiços de Barata Filho, o poderoso dono das empresas de ônibus da cidade, segundo fontes da própria Lava Jato, sua preocupação era liberar recursos para o Covid.
  3. É fato que Aras possui material sobre a Lava Jato do Paraná. Do Rio, recebeu apenas as mensagens do doleiro Dario Messer, sobre suposta mesada paga a um dos procuradores do Paraná. Portanto, material adicional deve ter vindo dos contatos com o advogado Tacla Duran.
  4. A tentativa de ligar a ação sobre a Lava Jato de Curitiba com Flávio Bolsonaro não se sustenta. As investigações sobre Flávio Bolsonaro estão com o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
  5. Não tem sentido a explicação da Lava Jato Curitiba, de que o compartilhamento de banco de dados pode permitir vazamentos e uso indevido para achaque. O risco maior é o do controle absoluto de um grupo sobre o banco de dados, sem nenhuma espécie de supervisão externa – nem de suas chefias. Aliás, o deslumbramento da Lava Jato de Curitiba fez com que passassem a tratar a Operação como uma entidade à parte, sem obrigação de prestar contas a nenhum superior. Essa atitude levou a todos os abusos revelados pela Vazato.

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