LEMBRANÇAS DO FILÓSOFO ROLAND BARTHES AOS DESVIOS-DISCURSIVOS DA BOLSONARALALIA

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PRODUÇÃO AFINSOPHIA. ORG

 

 Até uma criança sabe que a língua é uma instituição social, e a fala é um ato individual. Porém, ambas refletem as experiências inter-relacionais dos indivíduos formando o que se conhece como corpus-sociedade. Portanto, não há sociedade sem a inter-relação linguísticas. A fala é um ato individual, mas que confirma a língua como instituição social. Infere-se, então, que a fala é a materialização do corpus-sociedade. Falar é materializar os objetos e as ideias em sociedade. Confirmar o poder da linguagem como agente-social.

Embora seja um corpus-sociedade, a linguagem, como dialética falante, também tem suas divisões quanto sua prática. É o que mostra o filósofo Roland Barthes em seu texto A Guerra das Linguagens. O amigo de Brecht, mostra que em sua singularidade-praticidade, a linguagem se apresenta de duas formas: a Linguagem Encrática e a Linguagem Acrática. Cada uma com suas partículas políticas-sociais que as fazem diferentes entre si.

A primeira reflete a cultura da massa, da opinião pública, da conservação, do poder cujo teor-psico-politico-social lhe faz clandestina, pegajosa e triunfante. A segunda se destaca da linguagem da opinião da massa por sua estrutura sistemática construída sobre um pensamento ou uma ideologia. Que lhe faz representante de entidades particulares. 

Como a linguagem, em suas formas básicas de expressões resulta das experiências dos indivíduos, não se pode negar que ela nasce em três contextos de grupos-experimentais: classe-família-escola. No sistema capitalista esses grupo-experimentais carregam as partículas necessárias para fundar e alimentar a divisão de classe cujo objetivo básico é hierarquizar a sociedade entre opressor e oprimido. Embora muitos signos-linguísticos-semelhantes  apareçam em todas as classes, mas sem as torná-las socialmente iguais. 

A linguagem acrática embora seja expressão linguística de entidades particulares, ela representa, em seu fundamento político- social, o público como particularidade geral da sociedade. O público é a racionalidade politica-social da linguagem. É a sintetização da sociedade como agente-público. O poder-público. Como agente-público, a linguagem se manifesta em todos os estamentos institucionais com suas regras, suas normas e determinações. Ela deixa seus territórios particulares onde nasceu,se desenvolveu e se nutre para ser expressão sensível, intelectual e ética da coletividade.

É sobre o entendimento das lembranças do filósofo Roland Barthes, que se pode examinar, classificar e rejeitar os desvios-discursivos da bolsonaralalia. A ecolalia da perversão-linguística sustentada, principalmente, pela semiótica composta pelos signos-pornofônico da fase anal-sádica. Mas, esse é tema para a psiquiatria-materialista, muito além de Freud. Roland Barthes mostra que todos recursos defensivos dos alcunhados ministros contra os que condenaram a tal alcunhada reunião por suas mais abjetas expressões, não tem qualquer fundamento de normalidade sensível, intelectual e ético. Uns dizem que Bolsonaro não fez nada de errado, só se mostrou como é: um homem franco. É preciso examinar os conceitos de homem e franco fora da percepção nazifascista. 

É preciso atentar para determinados seguimentos que validam e confirmam a superioridade do conceito práxis-público que não se fez presente na alcunhada reunião ministerial.

Primeiro-Seguimento: O território da realização da alcunhada reunião é um corpus da arquitetura-pública. Na verdade, todos os Poderes.

Segundo-Seguimento: Todos que participaram da alcunhada reunião faziam parte da prática política-social que se conhece como função pública.

Terceiro-Seguimento: A obrigatoriedade da presença de uma linguagem representativa do agente-público e não de suas particularidades de egos. Principalmente os tratamentos-linguísticos usados no contexto familiar e entornos como filho da puta, bosta, merda, estrume, foder, entre outros signos da linguagem-opressiva como sublimação da perversão sexual.  

Quarto-Seguimento: O tema fundante da alcunhada reunião, era da ordem do discurso público e não particular.

Quinto-Seguimento: Embora trata-se de uma alcunhada reunião com portas fechadas, o público deveria se fazer presente. Como se fez através das câmeras filmadoras. Sem se transformar em o olho paranoico como o panóptico de Jeremy Brntham. 

Sexto-Seguimento: Publicar a gravação era só confirmar o direito público. A síntese deificante: o público é Deus. Encontra-se em todos os lugares e com todos os direitos. Nenhum alcunhado presidente e alcunhados ministro estão acima dele.

Seguindo o filósofo, fica explícito e confirmado que não houve a alcunhada reunião, posto que nenhum dos personagens sabia o que é público. E em função dessa realidade-alienada, não estavam representando o público-brasileiro. Resulta-resultado, como diz o pedagogo Abdiel Moreno, não é porque alguém ocupa um cargo em uma instituição pública que ela é inegavelmente detentora dos postulados, predicados e atributos necessários para essa prática de responsabilidade da satisfação do direito-público. 

Não é o cargo que faz a autoridade. A autoridade é produto da razão como essência-humanamente política-social.    

 

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