QUANDO TEMER AFIRMA QUE “NÃO EXISTE CRISE ECONÔMICA” NO BRASIL ELE DELIRA DUPLAMENTE

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Produção Afinsophia.

 O golpista-mor Temer, afirmou na Alemanha, entre outros corpos delirantes, que “não existe crise econômica” no Brasil. Uma afirmação que nos remete ao entendimento de dois tipos de delírios. Um delírio com conteúdo da economia política capitalista, e outro com conteúdo de sua estrutura-psicológica diante da realidade humana.

  Uma pessoa delira quando diante da realidade ela sobrepõe outra realidade. O que significa que diante da prova da realidade ela não consegue distinguir claramente a objetividade, como afirma Freud. Essa impossibilidade pode emergir de duas situações: como alteração psíquica interna e como medo da realidade. No primeiro caso o indivíduo retirou seus investimentos libidinais (narcísicos) da objetividade e realizou sua introvisão, fez voltar para si mesmo seus investimentos libidinais (narcísicos), como afirma Carl Jung. No segundo caso o indivíduo nega a realidade porque esta é muito dolorosa para ele. Daí sua fantasia. Na verdade, seu mecanismo de defesa para continuar acreditando que ainda existe como referente do real.

  Se Temer fosse uma pessoa estudiosa, poderíamos conferir com ele que “não há crise econômica”. Como ele não é nada estudioso, a não ser dos temas que lhe proporcionam ganhos, não podemos conferir veracidade à sua afirmação, já que o conceito real de crise é mudança, passagem, mutação e desterritorialização de códigos dominantes. Como o capitalismo é uma compulsiva tautologia, onde a perseguição-paranoica do lucro é sua realidade, não há crise, já afirmava Marx. Crise no capitalismo não passa de dificuldade de circulação de capital que gera o lucro do capitalista-burguês. Em verdade, dificuldade de interligar os estratos que compõem o sistema capitalista. Seus princípios, suas regras, suas normatizações.

   Assim, a afirmação de Temer de que “não há crise econômica” no Brasil é mentirosa, porque na lógica de crise econômica para o capitalismo, o dinheiro que deveria circular, sempre se desterritorializando pelos fluxos-financeiros, não ocorre. Daí o desemprego quase 15 milhões de brasileiro, a redução da produção, a inflação e outras situações provocadas e aceleradas por seu desgoverno.

   Na segunda forma de delírio, Temer, expressa claramente um quadro de dissipação da realidade provocado por sua estrutura psicológica calcada em corpos-ambiciosos-vaidosos que mostram sua insegurança diante do que lhe é adverso. Ele sabe, hoje, o que já sabia antes do golpe: que não tinha os corpos necessários para governar um país como o Brasil, mas sua ambição-vaidade pessoal estimulada por seus parceiros de golpe lhe pregaram a peça de que o mundo é aquilo que nós queremos que ele seja. Só que ele não sabia que é o mundo que se impõe a nós que o produzimos. E quando o mundo é perverso (como o mundo capitalista) a sua configuração só pode ser mudada coletivamente. Ou seja, ninguém, sozinho, pode dissipar o mundo para impor suas fantasias-individuais.  

  Síntese: o Brasil encontra-se em crise, assim como Temer também.

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