INTERNACIONAL E O DRIBLE MAIS VELHO DO FUTEBOL
A primeira partida da Final da Copa Brasil entre as equipes do Corinthians e Internacional, realizada em São Paulo, ontem à noite, tirando a correria proporcionada pelas duas equipes reduzida em poucos chutes a gol, confirmando o quanto correr por correr é inútil para o futebol como esporte popular que existe por suas nuances brejeiras e moleques representadas como dança cativante, ofereceu ao público atento, duas contagiantes figurações.
Uma, as performances dos dois craques: Jorge Luiz, do Corinthians, e Taison, do Internacional. O primeiro, um verdadeiro azougue futebolístico. Dribla, se desloca, arma, ataca, encara, não tem medo de dividir — por isto pega muita pernada —, e o pior — para o adversário —, faz gol. Além de que, neste jogo da correria desenfreada pra nada, tabelou com ele mesmo para marcar o primeiro gol do Timão.
Pegou a bola no meio do campo, driblou um, dois, negaceou ao lado do terceiro, tocou para outro corintiano a sua esquerda, o outro desceu pela lateral esquerda e cruzou, e ele só fez mandar o toco: GOL! Gol de craque. Talvez o menor em estatura em campo. Um craque sem arrogância, sem maldade, como muitos que nem craques são. Como Cristian, do próprio Timão. Um jogador nada confiável.
Pelo lado do Internacional, o púbere Taison. Outro craque da pelota — como diz o samba de breque — “sem mentira e nem lorota”. Também pequeno de estatura, magro, mas com ele não tem cara feia: é um 7 ‘agarrinchado’. Dribla, vai para cima do adversário, corre o campo todo, sempre frutiferamente. Rasgando em dribles pelo centro do campo, ficou duas vezes cara a cara com Felipe, goleiro do Timão. Não fez o gol, brindou as torcidas com sua performance. Um craque que só apedeutas do futebol afirmam que o craque do Internacional é Nilmar. Em verdade, um outro Kaká. Jogador executivo. Não tem ginga, não encara, é previsível. Além de quê, faz gênero em campo. Caras e bocas. Está mais para ator-canastrão de tele-novela que craque de futebol.
Outra figuração foi o desconhecimento do zagueiro do Internacional que não sabe qual é o drible mais velho do futebol que até perna-de-pau sabe dar. Correr pela lateral em direção à área contrária com o zagueiro adversário pela esquerda, chega na esquina da grande área dar um breque, o zagueiro ignorante passa, o atacante toca a ‘Lourdinha’ para dentro e toca com a esquerda para o gol. E se o goleiro for um Lauro, podes crer que o atacante está laureado. Foi o que aconteceu no segundo gol do Timão, feito pelo gordo desfenomenalizado, Ronaldo. Ainda mais quando toda a jogada é armada pelo próprio juiz da partida. O juiz deixa cobrar uma falta com a bola rolando, fora do lugar onde foi marcada, na frente dele, na sua direita.
Se Tite quer ganhar a próxima partida, vai ter que ensinar para seus zagueiros a história dos dribles no futebol.