COPA EM MANAUS. ATÉ NISTO OS PARAENSES SÃO MELHORES QUE NÓS
O filósofo Marx afirmava que no momento em que o trabalhador escapasse da mais-valia, a exploração da força de produção do operário refletida em seu salário, ele poderia dispor de seu tempo livremente para usá-lo em outras atividades como dedicar-se aos estudos e lazer. Sem esta liberdade o trabalhador permaneceria escravizado com sua força de trabalho nas mãos do patrão. Sua alienação. O que significa que o trabalhador não se liberta apenas pelo trabalho, mas pela forma de trabalho. Aquela que lhe dispõe a ser o proprietário de seu tempo.
Como a sociedade se institui pelos agenciamentos múltiplos oriundos das forcas de produção do trabalhador, da vez em que esta força de produção é negada na forma de exploração salarial, ou pela falta de empregos, temos uma sociedade que sub-existe mais na ordem do fetiche do que no princípio de realidade produtiva.
A COPA COMO FALÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
É sabido até pelos ignaros que no capitalismo não existe uma moral além ou aquém, da moral do lucro. Nada de esperar por uma justiça cujos preceitos sejam enunciados contrários. Portanto, quando se tem uma empreitada como esta sobre a Copa de 2014, sabe-se a priori que não existe critério de escolha de capital para o evento futebolístico. Não há, nem na pior da ingenuidades, a desconfiança de que haja cartas marcadas para privilegiar esta ou aquela capital. Não há escolha, há indicação de acordo com a perspectiva de lucro da FIFA, já que a mesma é uma empresa multinacional, cujo o objetivo precípuo é o lucro. E no máximo, o máximo.
Infere-se daí que a indicação de Manaus como sede da Copa não tem nada de comprovação de que a cidade do Jornal A Crítica – o maior promoter do evento de desrespeito a condição triste em que sub-existe grande parte da população – e em que Eduardo Braga é governador, é melhor que Belém. Pelo contrário, tratando-se de futebol, o Pará esta anos luz na frente do Amazonas, e tratando-se de administração pública, idem. Qualquer partida de futebol lota os estádios paraenses. Qualquer acontecimento amazônico de conotação nacional, ou internacional, acontece na capital paraense dado o conhecimento que se tem deste estado. Demonstração próxima foi o Fórum Mundial Social em Belém que foi escolhida pelas entidades internacionais que a tem como a capital da Amazônia. Respeitabilidade que não precisou de marketing de uma Copa. Mas tão somente dos engajamentos de vários setores da sociedade expressados em atividades políticas/sociais praticadas por grupos, ONGs, sindicatos, movimentos, associações, etc, que lutam pelas políticas públicas como construtores de democracia. Não menos confirmadas nas constantes reações violentas de grupos contrários à estas lutas. Muito do que falta no Amazonas, principalmente, em Manaus, em que até os sindicatos estão sob a tutela dos governos.
O governo Eduardo Braga, afirma que a Copa vai criar muitos empregos e colocar Manaus no olho do mundo. Por tal, valem os gastos que serão feitos. Triste confissão da falência administrativa. Sabe-se que em eventos como este, os empregos são flutuantes sem nenhuma segurança jurídica aos trabalhadores. Acabou a Copa, acabam os empregos e os trabalhadores ficam pior do que antes da Copa. O olho internacional sobre Manaus com sabor ecologia, é uma ameaça, pois o olhar é uma reação ao estímulo capitalista da Copa. Nada de qualitativo, mas quantitativo fugaz financeiro. É a lógica do turista predador. No primeiro caso o governo afirma sua ineficiência de gerar empregos com garantias trabalhistas, ou outros. No segundo confirma seu desconhecimento –apesar de seu marketing – do que seja ecologia, muito bem manifesto em suas ilustrações téo-capitalista.
Desta forma, excluídos da Copa, os paraenses demonstram que são melhores que nós. Não terão que gastar verbas que bem podem ser usadas em benefício da população. O que o governo Eduardo Braga poderia fazer não fosse sua limitação administrativa e sua exacerbada infantilidade vaidosa visibilidade em auto-prognóstico “político”. Assim, sendo o Amazonas um estado pobre, na zona da miséria, com a capital asseverando, com esta atitude do governo e o jornal A Crítica, e outras instâncias escotomizadas socialmente, os pressuposto filosófico de Marx sobre a emancipação do trabalhador e a fundamentação do laser, ficam eliminados da sociedade Manaura. Além de quê, a Copa não será para Manauara, mas para os que detém o poder econômico, o que não é o nosso caso. Nisto, será a nova versão do estrangeiro chegando em Manaus para usufruir de nossas coquetes com a complacência oficial.
Nem merece resposta…hehe
Uuuuuu! Comedor de Jacaré,
bom mesmo é o açu ou um belo tinga guisado, mas o cabeça de pedra também vai, e é melhor que sirva para alimentar a moçada do que servir de bolsa para as gringas que virão para a Copa em Manaus ver o espetáculo que os manauenses não verão.
Valeu!
é manauara e não manauense… eu sou paraense e não parauara; aff
Os índios da tribo dos Manaós eram chamados de manaoaras, com a mudança do nome para Manaus os descendentes foram chamados de manauaras logo o sufixo português para designar adjetivo pátrio “Ense” se encaixa para quaisquer capitais, mas o nosso se chama adjetivo gentílico (originalidade). Ou seja a senhora não é parauara pq não tem a composição gentílica, desculpa!
Como Jacaré sim e vcs q comem carne humana, “jogue no google:canibalismos na Amazônia”
somos cabóclo com orgulho e Manaus fica onde? no Sul? ou no sudeste?
nao é pq os amazonenses torcem pra times do sudeste q vcs sao cariocas nao.
pow!! se toca, vc é ridiculo.
ei cuidem logo em fazer as obras da copa nao!!
Amazônia vai passar é vergonha, esses bandos d politicos ladroes no AM, td mes é cassado um politico no AM. vergonha da Amazonia!! ja nao tem dinheiro pq a Polo industrial de Manaus além de gerar so empregos d salários baixos, nao gera receita aos cofres. nao pagam impostos, pra fazer uma obra dura um século. e semp com recurso federais!!!
caiam na real, se informe mais sobre seus estado pra falar dos estados dos outros
Manaus tem um PIB duas vezes maior que Belém; a Zona Franca é um artifício e colocou Manaus nessa posição de destaque. O que os manauaras não enxergaram ainda, é que não se trata absolutamente de cidade-estado e sim num caso típico de hidrocefalia, ou seja, uma cabeça enorme que é a capital, num corpo mirrado, atrofiado que é o gigantesco território amazonense; existem mais 61 municípios e uma população aproximada a 2.000.000 de pessoas. A fase próspera de Manaus é pura pirotecnia. O Congresso Nacional formado em sua maioria por gente do Sul e do Sudeste, que discriminam os nortistas e nordestinos chamando-os de paraíbas, não fazem absolutamente nada de concreto para o desenvolvimento da Região como um todo; a criação da Zona Franca e a prorrogação da sua vigência até 2023, só serviu para dividir o povo sofrido daqui em um prélio, uma pugna absurda entre 10,59% de nortista amazonenses e o povo do Pará. Os manauaras precisam acordar para ver quem são seus inimigos!
Comentário merecedor de aplausos. Serve também para os paraenses como os demais estados do Norte.
Adilon,
há uma proximidade com este bloguinho nestas lúcidas enunciações suas, como a fragilidade do modelo Zona Franca de Manaus, a falácia de termos um dos maiores PIBs do Brasil e a ingenuidade do bairrismo amazoniquim preconceituoso em relação aos paraenses…
Por tal, abraços afinados!