NOVO ENEM DERRUBA FÓRMULA DO “CAPIVAROL” E “DECOREBA” DOS CURSINHOS PRÉ-VESTIBULARES
Há muito que a escola, a mode — como diria dona Ciça — colocar no seu PPP (Plano Político Pedagógico) o Construtivismo (Piaget/Vigotsky) como norteador das práticas educacionais. Na prática mesmo, o tradicionalismo impera e a quantidade de conteúdos é colocada como fundamental, em detrimento dessa mesma prática. A própria tão citada “avaliação contínua” passou a ser confundida como uma infinidade de provinhas em substituição às grandes provas (verdadeiras provações) tradicionais. Por isso, para grande parte dos alunos a escola aparece como um ambiente inóspito e distante de sua existência.
Assim, a escola “conteudista” mantém-se desde o ensino fundamental baseada na “prova” e falsas “pesquisas”. Repetição, “decoreba”, simulação. Mecanicismo Educacional. Sobretudo no ensino médio, a escola, mesmo a pública, e pior ainda na particular, passou a funcionar como mera preparação para o vestibular. Em decorrência, os cursinhos passaram a ditar os conteúdos programáticos e os métodos de aprendizagem.
NOVO ENEM EM NOVOS TEMPOS DO MEC
Além dos vários programas, onde o mais conhecido é o Pró-Uni, que tentam universalizar a possibilidade de acesso à universidade, agora o MEC traz a proposta de garantir como forma de acesso o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que, com o novo Enem em substituição ao vestibular, “a ênfase deixa de ser na memorização e passa a ser na capacidade de compreensão dos fenômenos da natureza, por exemplo” (Agência Brasil).
Assim, a sabedoria do Almanaque Capivarol, que acompanhava o xarope de mesmo nome, com todas as suas curiosidades e anedotas, deixa de valer para as provas do novo Enem. Mais ainda, os cursinhos, que acabavam privilegiando, nessa acepção conteudista, os alunos que podiam pagar por este modo de ensinamento extra, terão, se ainda quiserem continuar existindo, atualizar suas concepções de ensino, que era totalmente baseada no “decoreba de macetes” (fórmula “sorvete” de física, “numpsrunsleixão” na língua portuguesa, musiquinha dos aminoácidos, etc), a partir de agora, o que, segundo Haddad, o aluno “precisa saber é como se desenrolaram os processos históricos e a implicação dos fatos na vida dos países”.
Clique aqui para ver na Agência Brasil algumas diferenças entre o vestibular tradicional e o novo Enem.
Ótima inciativa do Ministro Haddad, merece ser aplaudida e aceita por todos que se preocupam com o padrão da educação brasileira.
Em particular, não aprovo essa mudança, o Enem que já era um prova super extensa, se torna ainda mais…vencer os candidatos pelo o cansaço, para mim, não é a melhor forma de melhorar o ensino , até pq o problema da educação nunca esteve fundado nas provas de vestibulares, e ainda assim a classe mais alta da sociedade terá acesso rápido e prático para universidade, tirando mais um vez as vagas dos menos favorecidos.
OBRIGADA!!!
A iniciativa de dar ao ENEM uma “visão da vida” é excelente…para uma sociedade que não é a nossa…uma sociedade utópica baseada na fé de que todo mundo estudou em uma das 30 melhores escolas do Brasil, os São Bento, Inácio, Luis…
O que fazer com essa massa enganada com uma educação pobre e SUPER conteudísta da escola pública?
Cada vez mais, vemos o princípio de Matheus aplicado, com as elites abocanhando o melhor quinhão e ficando mais isoladas em seus gradis de condominio.
Não se resgata o povão, se eleva sua “visão da vida” por decreto, a via mais fácil. O caminho é lento (50 anos?) trabalhoso e passa pela educação de professores, boa remuneração, plano de longo prazo para uma carreira, etc. Uma escola é como uma orquestra. Ensaia até numa praça, mas a qualidade só é atingida com salários decentes, (daqueles que afastam a preocupação da conta de energia…), instrumentos de qualidade e prática! muita prática !
Precisamos parar com essa hipocrisia de “melhoria continua” pautada por um decreto aqui, uma portaria alí, um plano de carreira acolá, regada por “reformas” que custam caro (CIEPS) e não resolvem nada.
Nossas periferias estão abandonando o Samba pelo Funk, a Umbanda pela Universal, o livro (que nunca tiveram) pelo DVD pirata… os resultados dos últimos 50 anos de decisões desastradas dos nossos MECs estão aí.
Vamos continuar com essa bobagem ou mudar?
Durante pesquisa topei com este texto. Sinto pelo Enem ter sido sabotado, pelos interessados em manter os lucrativos cursinhos e demais estruturas de desigualdade.
Na sociedade atual, com veloz acesso à qualquer tipo de informação, proporcionado pela internet, pressupõe-se que discernimento, senso crítico e raciocínio lógico, para permear esse conhecimento, são mais importantes que volume armazenado de informações temporárias, proporcionados pela decoreba.
Parabéns pelo texto, e lutemos pelo ENEM.