O “INTELIGENTE” TORCEDOR DA GLOBO

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Não que torcer por um time signifique ser destituído de razão. Entretanto, há uma ilógica tão formal, e tão bem disseminada, que afirma ser o ato de torcer uma ato exclusivamente impulsivo, que sugere ser o torcedor uma aberração onde falta sua faculdade racional. O que lhe impede de entender que torcer para que seu time ganhe, e saber que ele pode perder ou empatar, já se encontra na ordem racional. Mesmo que não se queira aceitar os dois últimos resultados. Recusa que aloja este torcedor no quadro do sujeito-emocional. Não muito diferente dos profissionais da mídia excludente, também, da inteligência.

É assim, abolindo a razão, como faz a mídia, que o torcedor, racional-excluído, torna-se parceiro deste mundo midiático onde não existe vida inteligente: o mundo esportivo. Daí porque tece os mais ilógicos comentários ou faz perguntas nas partidas transmitidas pela Globo, a Vênus-Vazia, em seu desrealizante show de interatividade.

Capturado neste quadro da rigidez óbvia da Globotarizante, um torcedor-telespectador, na partida entre o Cruzeiro e o Flamengo, perguntou ao comentarista Júnior: “Júnior, qual a diferença do Flamengo do estadual para o Flamengo atual (momento da partida em que o Cruzeiro detinha 66% de posse de bola, contra 33% do Mengão, e ganhava de 1X0)”. Para o torcedor racional a pergunta não passou de piada, já que os racionais sabem da resposta em função da obviedade do futebol brasileiro. E, no caso específico, o Campeonato Carioca.

O Campeonato Carioca de Futebol, como de muitos estados — aqui é bom aludir ao campeonato amazonense por sua inatividade —, é inexiste. Quando o Mengão foi enfrentar o Cruzeiro foi com sua realidade carioca: o anti-futebol tradutor da inércia esportiva. Pegou um time muito mais próximo do futebol, não podia dar outra: 2X0. Piada de torcedor da Globo.

BREVES ACASOS DO FUTEBOL SEM ACASOS

O mundo da mídia futebolística é um verdadeiro frisson de crueza imaginativa. E quando começa um campeonato do tipo Brasileirão, tome fabulação. Porém, o frisson desta primeira rodada, com seus “gênios” da linhagem-memorial, estilo Paulo Vinícius Coelho, o PVC da ESPN, não farfalhou os acasos que ocorreram de forma a mostrar a igualdade das equipes (times) enredadas na longa disputa.

Das semelhanças da mediocridade futebolística e seus acasos sem acasos:

  • Os badalados campões estaduais, Flamengo e Corinthians, perderam.

  • Os badalados participantes da Copa Brasil, Flamengo e Corinthians, que ganharam no meio da semana, perderam.

  • Para confirmar a igualdade, O Atlético Paranaense e o Fortaleza, times que perderam, no meio da semana pela Copa Brasil, para os dois campeões dos estados mais badalados da região sudeste, também perderam. Confirmações graciosas dos acasos esperados.

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