Estudantes na CMM 05 por você.

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Os estudantes foram chegando de várias partes de Manaus e se juntaram na frente da Câmara Municipal de Manaus para mais um dia de ininterruptas manifestações por toda a Manaus devido à redução da meia-passagem. Vinham trazendo seus dizeres em cartazes, animados pela preservação dos direitos democráticos adquiridos que foram, vilipendiosamente, usurpados pelo Estado de exceção que predomina em Manaus.

Estudantes na CMM 02 por você.

Estudantes na CMM 03 por você.

Mas quando quiseram adentrar à “Casa do Povo”, a polícia foi chamada e a entrada barrada, o que deixou todos indignados diante da violenta recepção.

“Os estudantes estão aqui lutando pelo direito de estudar, o direito da meia-passagem. Nós temos estados onde os estudantes têm direito ao passe livre. No Mato Grosso do Sul, o estudante não paga passagem, ele vai para a aula sem pagar a passagem. Sabe por quê? Porque você já paga a passagem no imposto que você paga. Quando você vai ao mercado, se você vai à taberna, se você compra seu lanchinho, você já vai deixando seu dinheiro da passagem. Mas aqui fazem o jogo dos empresários. Eu sou mãe, eu quero que abra esse portão também, eu quero ter o direito de entrar, que essa casa foi construída com o nosso suor. Nós temos o direito.” (Mãe de estudante, que participou ativamente da manifestação)

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Depois de discursos de mãe e vários estudantes sobre uma kombi, os vereadores, com o presidente da CMM, Luiz Alberto Carijó (PTB), considerado um dos vereadores mais ligados, historicamente, aos empresários do transporte coletivo em Manaus, depois de ser vaiado, quis impor sua falsa moralidade.

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“Eu peço de vocês o respeito, o mesmo respeito que eu tenho por vocês. Nós não vamos impedir que nenhuma pessoa que venha de forma ordeira a essa casa possa entrar . Aqui é a “casa do povo”, é a casa de vocês.”

Nova vaia e gritos de “Mentiroso!” a um dos 17 vereadores que teve as contas de campanha condenadas pelo TCE, o mesmo a quem o juiz Vitor Liuzi deu 48 horas para entregar o endereço de seus cabos eleitorais na campanha passada. Mas eram apenas ceninhas de charlatão num circo montado, mais uma carijosada, e logo os estudantes puderam entrar, enquanto a “Casa do Povo”, contraditoriamente do que dissera Carijó, era muito bem protegida por um corredor polonês de policiais.

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Instalados no “aquário” da CMM, os estudantes erguiam seus cartazes, enquanto observavam alguns discursos, vaiando e respondendo ao megafone a inúmeros desavisados vereadores muito pouco acostumados com tão grande número de pessoas dotadas de razão, humor e inteligência naquele espaço.

Estudantes na CMM 10 por você.

Estudantes na CMM 11 por você.

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Mas finalmente chegou a vez dos estudantes, que foram à plenária colocar suas questões, analisando e todos os pontos e exigindo seus direitos em palco tão desigual, armado pelo poder constituído.

Estudantes na CMM 15 por você.

Apesar de saberem que nesses lugares a cadeira onde sentam estes bardos importa mais que o entendimento racional democrático, que inexiste na maioria deles, os estudantes, Yann Evanovick (presidente da UMES), Maria das Neves (presidente da UEE) e outros, expuseram a violência a que os estudantes de Manaus estão sendo submetidos em decorrência de atos irresponsáveis da CMM e exigiram várias medidas, entre elas, que seja restituída imediatamente o direito às 120 meias-passagens, válidos em todos os dias do mês.

Estudantes na CMM 21 por você.

Membros de alguns sindicatos e associações também compareceram e apoiaram as manifestações estudantis, destaque para a presidente do  Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ísis Tavares, que foi à tribuna e falou tanto como sindicalista quanto como mãe, convocando todos os professores a apoiarem e participarem dos atos dos estudantes, uma vez que a luta afeta toda a sociedade e, no caso de ser diretamente fundamental para manter o direito de todos os estudantes, disse que as escolas precisam se envolver.

E quando Samara, da Casa da Física (Ufam), analisando a composição da atual Câmara afirmou que o vereador em quem votara não ganhou porque não doou rancho, não distribuiu ticket combustível e outros artefatos comuns em campanhas eleitorais manoniquins, vários vereadores fizeram muchochos, não se sabe se pela banalização das práticas ilegais eleitoreiras ou por corporativismo com, quem sabe, algum parceiro maior. Carijó, que até então estava mais preocupado com sua papelada, pediu rapidamente um aparte, dizendo que a estudante só deveria tratar do que se referisse à meia-passagem e, mesmo Samara explicando que não se referia a ninguém dali em especial, o que é óbvio, a vereadora Cida Gurgel (PRP), esposa do deputado cassado Edilson Gurgel, depois de pedir a palavra a Carijó e dizer, com fingida indignação, que não admitia ser tratada de forma desrespeitosa naquela que também era a sua casa, rangeu os dentes, cerrou os punhos,  fez beicinho de “mamãe eu quero” e lançou seu olhar de ódio mortal aos estudantes na galeria, que apenas riram do disparate.

O vereador, José Ricardo (PT), por sua vez, fez discurso no qual defendeu a tramitação urgente do Projeto de Emenda à Lomam, protocolado na semana passada, que restitui as 120 meias-passagens aos estudantes, incluindo ainda os alunos de cursos profissionalizantes.

Quantos aos outros vereadores, o engajamento dos estudantes teve o efeito não apenas racional, mas sobretudo na ânsia capitalística eleitoral, muitos vereadores, que enxergam ao longe sempre uma urna eletrônica, mesmo alguns que aprovaram a Emenda dos Pintados, voltaram atrás. Ao final da sessão, o des-cantante Carijó anunciou a José Ricardo que amanhã, pela manhã, começará a tramitar o novo Projeto de Emenda que restitui as meias-passagens usurpadas dos estudantes. Mesmo assim, as manifestações continuaram todos os dias por tempo indeterminado, espalhando-se por toda a cidade.

E não somente na cidade, nesta manhã, Maria das Neves (UEE) e Yann Evanovick (UMES) estão rumo a Brasília, onde têm uma audiência marcada com o ministro Gilmar “Dantas” Mendes, presidente do STF, para que ele reconsidere a derrubada da liminar que permitiu a publicação da Emenda 010 à Lomam. Além disso, as duas entidades entrarão com um agravo no STF para que o ministro reconsidere sua decisão.

MOVIMENTAÇÕES AGENDADAS

Hoje, quarta-feira

Estão previstas paralisações em 10 pontos estratégicos da cidade, que estão programadas a ocorrer às 10h e às 14h.

Amanhã, quinta-feira

Grande concentração na Praça do Congresso, em frente ao I.E.A, para realização de uma passeata até a sede do Sinetram, na Constantino Nery.

Estudantes Bola 02 por você.

Vamos nessa estudantes, professores, pais de aluno, sindicatos, comunidade em geral, ante à sanha do empresariado, que dita as leis às instituições locais, é preciso resistir democraticamente a partir da razão, do humor e da inteligência…

2 thoughts on “MANIFESTAÇÃO DOS ESTUDANTES NA CMM EMPRESARIAL

  1. Parabéns companheiros!!!Continuamos com a luta,pois a vitória dos estudantes,enquanto estiverem unidos,será certa!!!

  2. Companheira Earlen,
    a vitória dos estudantes não é uma vitória sobre outros, mas o restabelecimento dos direitos de todos os cidadãos e a preservação da democracia.
    Valeu!

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