MPE INVESTIGA IRREGULARIDADES NA FAF PRESIDIDA POR DISSICA, DETECTA FRAUDE E NOMEIA UM INTERVENTOR: ELE PRÓPRIO
O deputado estadual Luiz Castro (PPS/AM) apresentou na tribuna da ALE, ontem, 14, uma série de documentos, resultado de investigações do Ministério Público Estadual sobre irregularidades na FAF.
Segundo estes documentos, a investigação é resultado de diversos processos e ações civis públicas movidas pelos clubes e por torcedores, inconformados com as décadas de ausência de futebol profissional no Estado que quer receber a Copa do Mundo 2014.
As investigações mostram claramente que houve má gestão dos recursos (em boa parte, vindos dos cofres públicos estaduais e municipais) e fraude em praticamente todas as eleições. É bom lembrar ao leitor intempestivo que a chegada de Dissica Valério Tomaz à FAF corresponde à chegada de Ricardo Teixeira à CBF. Um mandato interminável, e que corresponde cronologicamente à decadência do futebol local. Dissica atualmente divide o sem tempo entre a presidência da FAF e a prefeitura da cidade de Eirunepé.
Uma destas irregularidades culminou na alienação da sede da entidade, que foi colocada no nome de um suposto ‘laranja’, que deve mais de 80 mil à prefeitura e é processado por roubo, furto e estelionato. A sede não foi vendida em leilão promovido pela caixa econômica federal, no final do mês passado, por falta de compradores. Há pouco menos de um mês, o governador Eduardo ‘Copa 2014 Eleição Garantida’ Braga liberou substancial ajuda financeira aos clubes e à federação, cobrando em troca resultados efetivos que tirem do Amazonas a condição de limbo do futebol brasileiro.
O juiz Roni Frank Torres Stones, que analisou o trabalho do MPE, acatou a decisão final pedida pelo ministério, e nomeou um interventor para reorganizar a entidade e promover novas eleições. O problema é que o interventor nomeado é o próprio investigado, o Sr. Dissica Valério Tomaz!
Lance para os anais do futebol local, onde juiz se transforma em árbitro e joga a favor do time que está ganhando. Perdendo, é claro, está o futebol local, que permanece como está, com copa ou sem copa. Assim como a miséria social, produto dos mesmos governos que agora pretendem ocultá-la e garantir mais alguns mandatos às custas da FIFA. Enquanto isso, os ufanistas da copa sem copa continuam no limbo do sonho dourado…