CAMINHADA DO DIA DAS MULHERES EM MANAUS: “PELO DIREITO A TER DIREITOS”
“Os direitos humanos da mulher, das meninas e jovens, fazem parte inalienável, integral e indivisível dos direitos humanos universais.”
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O Fórum Permanente das Mulheres de Manaus – FPMM conglomerou na manhã de ontem, na Praça do Congresso, no Centro de Manaus, várias entidades que lutam pelos direitos das mulheres, como a CARMA, MUSAS, AMAFLORA, CÁRITAS, DANDARA e muitas outras. De lá todas essas mulheres e homens presentes no ato saíram em passeata, descendo a Eduardo Ribeiro e chegando ao terminal de ônibus central da cidade.
As entidades exibiram diversas faixas e cartazes com dizeres ativos de luta pelo fim das violências contra a mulher, não somente no que diz respeito à violência física praticada pelos códigos falocráticos do machismo, mas também todas as situações que afetam as mulheres nas suas famílias, o seu desemprego e o de seus companheiros, o péssimo sistema educacional para seus filhos, a degradação da floresta nos interiores e por aí foram, enquanto as pessoas paravam para ler e envolver-se com as questões levantadas.
Durante a caminhada foi aberto o microfone às vários representantes de entidades que se expressaram no sentido de afirmar os direitos adquiridos por lei, como a fundamental Lei Maria da Penha. Enquanto outros entregavam folhetos e cartilhas sobre as lutas das mulheres pelo fim da dominação e do controle físico e emocional que lhes foi historicamente imposto sem fazer parte da natureza humana.
Este bloguinho, que entrou na caminhada numa composição pela liberação de toda a potência do feminino devir, conversou com algumas pessoas, representantes de entidades, que estavam presentes e colocaram sua problematização, propostas e sobre o trabalho que está sendo feito em Manaus na luta das mulheres por uma sociedade sem preconceitos, sem violentações: um trabalho por uma verdadeira sociedade-mulher.
Companheira Luzarina, da Pastoral Operária de Manaus
O meu nome é Luzarina, eu sou da Pastoral Operária de Manaus e hoje a nossa luta da pastoral, inclusive o nosso slogan do 8 de março é Encantando a Vida com Justiça, Direito e Paz porque a mulher ganha, hoje numa pesquisa do Diese que saiu anteontem, a mulher continua ganhando 56% a menos que o homem na mesma função. A mulher hoje é a maioria com nível superior mas continua ganhando menos. Então a Pastoral Operária, a nossa luta, uma das, é pela igualdade salarial, além do emprego porque aqui em Manaus os empresários estão usando a desculpa da crise pra demitir. O polo que mais lucrou é o polo que mais demite que é o Eletro-eletrônico e ele teve a mesma margem de lucro de 2007. Eles tão se aproveitando da crise pra ter mais lucro. Já foram tirados vários impostos e eles continuam demitindo.
Vereador José Ricardo, do Partido dos Trabalhadores
Nós estamos presente aqui nessa manifestação das mulheres, achamos importante as mulheres estarem nas ruas gritando pelos seus direitos porque o dia internacional da mulher é um dia de reflexão quanto aos direitos que lamentavelmente ainda são negados a boa parte das mulheres do país e a gente percebe que em vários segmentos da sociedade, várias áreas de atuação as mulheres, é crescente a sua participação mas sempre o resultado de muita luta, muita conquista e no campo da política é um exemplo, precisa ter leis pra garantir o mínimo como hoje nós temos leis que fala que partidos obrigatoriamente tem que lançar, que 30% das vagas tem que ser pra mulheres. O Partido dos Trabalhadores já tem essa prática, em todas as suas instâncias partidárias as mulheres, no mínimo 30% tem que ser pras mulheres, não pode ser ocupado por homens. E assim a gente tem que cada vez mais criar legislações para garantir o mínimo mas que no futuro garantir o que tá na constituição: a igualdade.
Aqui em Manaus eu tô apresentando essa semana um projeto singelo também nessa linha pra garantir que no mínimo 30% da mesa diretora seja composta por mulheres. Eu acho que é algo simbólico, uma forma de estimular pra que a mulher esteja na direção, que a gente sabe da grande capacidade que as mulheres têm principalmente quando tem necessidade de estarem a frente enfrentando os grandes problemas as mulheres sempre tem um jeito especial de conduzir mais adequadamente, com mais serenidade e a gente sente a necessidade de dar todo o apoio pra essa luta. Por isso estamos hoje aqui e queremos esse projeto na câmara pra aproveitar e debater também sobre o direito das mulheres.
Daira Souza, do Consulado da Mulher de Manaus (quarta à direita, foto acima)
Meu nome é Daira Souza, sou coordenadora geral do Consulado da Mulher de Manaus, que é o principal investimento social da Brastemp da Amazônia, iniciativa da Consul, por isso consulado da mulher, que é uma OSCIP e tem como o principal objetivo a emancipação da mulher através da geração de renda. Nós atuamos com grupos de mulheres de uma identidade, são costureiras, indígenas, artesãs, as de culinária e também com cursos em parcerias com outras entidades, visando a geração de renda, a autonomia, a empregabilidade. Estamos trabalhando com mulheres de baixa renda e pouca escolaridade e o nosso grande diferencial é a educação em gênero, a economia solidária é um dos nossos pilares também, tudo isso através de uma educação popular que chegue às nossas participantes.
Companheira Ivoneide, da Associação dos Agricultores e Agricultoras do ramal do Uberê (foto acima, à esquerda)
Meu nome é Ivoneide, eu sou presidente da Associação dos Agricultores e Agricultoras do ramal do Uberê. Nós estamos nessa luta aqui hoje pra revindicar porque nós estamos numa área que estamos sendo ameaçadas e já até nos retiraram com uma ordem de manutenção de posse e a gente foi pra debaixo de uma barraca lá com o pessoal, passamos 14 dias fora da nossa área, das nossas casas e a mesma juíza que nos retirou deu a ordem pra nós retornar e nós estamos nessa luta. O nosso terreno tá no uso capião e nós estamos sendo perseguidas pelo cara que se diz o dono da terra e ele vai e derruba casa, destrói pontes, destrói estradas. Estamos também denunciando a retirada de areia e a retirada de madeira e essa retirada está prejudicando o nosso ramal e o nosso direito de ir e vir, porque nós tamos comprando produtos e vindo com os produtos tudo nas costas. Estamos pedindo às autoridades do nosso Estado que nos ajude a resolver esses problemas que são tão grandes pra nós mulheres dessa área. Queremos ajuda dos órgãos que possam ajudar, ajuda dos governantes.
Liliane Cavalcante, do Projeto Marias em Ação
O nosso projeto é o Marias em Ação, da Universidade Federal do Amazonas, ele tem o objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha pras comunidades que ainda não tem conhecimento ou que e se tem conhecimento pra ter esse conhecimento com profundidade, como meio de trabalhar e de difundir essa informação pras mulheres e também pros homens para que eles possam saber que agora assim as mulheres tem um meio de ter os seus direitos, de poder reivindicar esses direitos pra elas. E essa passeata hoje é uma forma de mostrar isso, que as mulheres estão aí, que elas têm voz e têm vez. Estamos na comunidade da Zona Leste, na comunidade Santa Maria, comunidade Santa Maria Gorete, a comunidade são Pedro e nós já fomos também a Manacapuru, mas também estamos abertos a convites para ir às comunidades que quiserem nos convidar nós estamos aí. A coordenadora é a professora Ivânia, do curso de comunicação social, Ivânia Vieira, e tá com esse projeto e ela está aberta também a convite, quem quiser nos convidar é só ligar pra gente. É o (92)3305-4347, do departamento de comunicação social, que nós teremos o prazer de ir até a comunidade e passar a informação sobre a Lei Maria da Penha, que é uma informação importante de as mulheres conseguirem esse direito.
Jardel, do Sindicato dos Metalúrgicos
As pessoas que passam por essa manifestação que estamos fazendo aqui em homenagem ao Dia das Mulheres, que dizem ser o dia 8 de março. Pra mim o Dia da Mulher é todo dia, o dia em que a mulher tem que ser valorizada é todo dia, em casa, no trabalho, onde quer que estejam as mulheres. Hoje nas indústrias do Polo Industrial de Manaus as mulheres são as que mais sofrem com LER, que são as doenças por esforço repetitivo e isso é uma luta que nós temos árdua pelo Sindicato dos Metalúrgicos nas indústrias de Manaus. É por isso que hoje me faço aqui presente representando o Sindicato dos Metalúrgicos mas também a CTB que é a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Por isso em minha fala quero dizer um parabéns a todas as mulheres, àquela que acaba de nascer e àquela que já tem mais de 80 até 90 anos, 100 anos, que hoje nós temos mulheres com essas idades. É por isso que quero parabenizar em minha fala e dizer: Mulher, parabéns! Que vocês sejam aguerridas como sempre, essa mulher de raça que não se deixa curvar por aquele homem machista que quer às vezes bater na mulher. Você tem direito de denunciar esse cidadão que lhe agride que lhe maltrata de qualquer jeito, que às vezes uma palavra é mais dolorosa do que uma bofetada. É por isso que nós estamos aqui fazendo esse manifesto e pedindo que as mulheres denunciem a esses que vem lhe agredir.
Após a apresentação das meninas do grupo de dança da Casa Mamãe Margarida, ao redor de um companheiro estátua viva que ali tirava o do jaraqui, finalmente conversamos com a companheira Francy Junior, que fez uma avaliação do ato e sobre as linhas de atuação em movimento e ativação a partir dessa caminhada.
Bom para o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus esse ato foi fundamental pra nós termos nossa potencialidade, cada ponto que a gente passava da Eduardo Ribeiro a gente parava, as mulheres e os homens ouviam o que a gente tava falando, fotografavam as faixas que a gente levava. É claro que alguns diziam que a gente precisava aceitar Jesus, mas Jesus já é nosso nós não precisamos aceitar porque já aceitamos ele. Mas é uma coisa que a sociedade precisa saber, se convencer que nós as mulheres não seduzimos os homens. Os estupros não acontecem porque as mulheres seduzem é porque os homens foram maltratados e também maltratam as mulheres. É essa a nossa diferença, não há sedução no estupro, não há aliciamento no estupro, o que há é uma doença que é preciso ser tratada. A sociedade precisa ser tratada pra poder cuidar melhor das mulheres seja menina, seja jovens, seja mulheres idosas, seja mulheres mais velhas. Agora pra nós as mulheres que estavam presentes Casa Mamãe Margarida, Consulado da Mulher, a Cáritas, a Carma, Mauazinho, as Musas, Uberê, as Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, as Mulheres Indígenas Saterê, as mulheres do núcleo do PT, também apareceram as companheiras do PSOL, do PSTU. E todas essas mulheres que estiveram presentes irão fortalecer cada vez mais o Fórum Permanente das Mulheres pra gente poder fazer o quê? Pra gente lutar e fiscalizar as políticas públicas que devem ser instauradas pelas mulheres na cidade de Manaus.
Belíssima homenagem às mulheres aqui no blog.
Quero dizer que tenho saudade de vocês, quase não nos “vemos” mais aqui-ali na blogosfera, blog-esfera, blogverso.
Mil Abraços e Beijos para a equipe mais aguerrida e afetuosa del mondo-blog.
bjuxxxxxxxxx
Boa Tarde! conterrâneos!
Sou a Coordenadora do Fórum Permanente do Rio de Janeiro e Municípios Integrados – Nacional e Internacional. Sim estamos com a MOBILIZAÇÃO em outros países. E no primeiro momento desse contato estou divulgando o 1º Encontro Regional do Fórum Permanente de Mulheres do Rio de Janeiro e Municípios Integrados – Nac e Int.
Aguarde mais contato, estaremos em Manaus, na 1ª semana de Outubro/2009.
E-mail: forumpermulheres@gmail.com
Rosirene,
vamos aqui e pelo e-mail nessa conversa que começa pelo “meio”, e aguardamos sua chegada em Manaus para continuar. Quando chegar, envie outros comentários, e-mail (afinsophia@yahoo.com) ou número de telefone (92-3681-5427) para esse encontro que, com certeza, aumentará nossas potências de agir…
Abraços!
Companheira Selénia,
quase todos os dias nos nossos trajetos passamos no Metropolitano e por La Pasion alegre que nos aproxima nas linhas de atuação afetiva no mundo, estamos sempre ali ao lado na iminência de um novo encontro necessário e intempestivo…
Beijos afinianos!
as mulheres tem seu direito nunca pise nos direitos de quem e mulher viva a seu modo homem e deixe a mulher em paz!!!!
by:luk@
Meninas! não foi possível chegar em Outubro e ainda estou tentando, e acredito que depois do dia 13 de Dezembro/2009, tenho certeza que será possível e preciso muito entrar em contato todas vocês Mulheres Guerreiras e são o meu orgulho aqui no Rio de Janeiro – estou atrapalhada – a mobilização – a falta de recursos e só não falta a boa vontade, porque o “ideal” não permite a renúncia em hipótese alguma! Estamos realizando o nosso Fórum dia 13 do corrente mês – no horário das 14h00 às 17h00 e a nossa Feira Permanente de Mulheres Artesãs no horário das 10h00 às 17h00 no Palácio Sede da Cruz Vermelha – Praça da Cruz Vermelha, nº 10 – Anexo 1 – Centro da Cidade do Rio de Janeiro/RJ – Estamos organizando o 1ºEncontro Regional a nível Nacional e Internacional, com data a confirmar e gostariamos muito da participação de todas vocês, inclisive fiz contato com uma pessoa de Manaus, aqui no rio de Janeiro – para fazer contatos entre todas vocês e de ajudá-las a chegar até aqui para nos conhecermos umas às outras e diálogarmos.
Aguardem notícias do Fórum Permanente do Rio de Janeiro e Municípios Integrados – Nac. Int.
Meu E-mail pessoal: rosirenecarneiro@yahoo.com.br
Tel:.(021)2462-7869 ou Cel:.(021)9903-9692
Centro – Rio de Janeiro/RJ
em tempo: Rio e desculpem a demora, depois explico melhor o motivo. E estou morrendo de saudades de minha TERRA, querida e muito amada! MOBILIZEM! MULHERES…MULHERES e Mulheres, temos novidades!! e para todas.
Saúde e Paz
adoreiiiiiiiiiiiiiiii professor miguel eu assisti a manifestaçao e as peças que voces fizeram a cada dia voces vao mostrando para o povo a verdade sobre o brasil e seus preconceitos beijossssss jessica sua aluna querida