BANDINHA DO OUTRO LADO 2009
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A criançada foi chegando de todas as partes de Manaus, principalmente das adjacências da sede da Associação Filosofia Itinerante, situada no bairro do Novo Aleixo, zona Leste, na periferia de Manaus, do Brasil, do Mundo; não a periferia no sentido sociológico tradicional, mas no sentido daquilo que está na borda e salta e transborda, como deve ser o desmedido carnaval dionisíaco.
E a moçada da AFIN, formada por filósofos, semiólogos, estudantes de ensino médio e fundamental, geógrafos, psicólogos, economistas, todos que se fazem educadores na construção coletiva na Bandinha do Outro Lado, como alternativa à comercialização des-carnavalesca que vem da Marquês da Sapucaí, passando pelos sambódromos de todos os estados. Por isso a Bandinha do Outro Lado constrói-se coletivamente a partir da criatividade na preparação instantânea das fantasias e adereços de acordo com o gosto e ludicidade de cada uma das crianças presentes.
Pra esquentar a batida da bandinha da Bandinha do Outro Lado, o companheiro Mário Paracanã, morador da Rio Jaú e que sempre participa da bandinha, trouxe para compartilhar uma marchinha que compôs quando criança e junto a outras crianças lá pelas festejantes terras do Pará.
Passa o pão! Passa o pão! Passa o pão!
Foi Tabajara
Foi Tabajara na terra de Tupã.
Tem goiabada, marmelada e requeijão…
De que vale tudo isso se você não passa o pão?
Passa o pão! Passa o pão! Passa o pão!
Passou-se, então, um passeio das crianças foliãs com suas máscaras, seus risos soltos, seus desfiles, trazendo toda sua alegria contagiante, todo o contentamento do existir comunitário.
Em seguida, todos se tornaram passistas nos passos compassados e também nos descompassados no concurso de dança, onde não faltou samba no pé.
E aí todas as cores já haviam sido misturadas, a bandinha da Bandinha do Outro Lado segurou na batida e no gogó e os movimentos desconcertantes e imprevisíveis tomaram conta do espaço na alegria de pular o carnaval-criança que não tem início nem fim e nunca se acaba.
E a bandinha levou várias marchinhas conhecidas e outras nem tanto e aproveitou para agitar com uma constante da peça À Procura de um Candidato, que deixamos aqui junto a outras imagens dessa festança.
Os valores necessários
Para um bom prefeito
São o trabalho, o amor e a honestidade
(Tudo o que eu tenho)
Por isso eu peço a vocês, justos eleitores
Que me elejam o prefeito da cidade
(Vibra, meu povo!
Manaus, Manaus, Manaus)
Para acabar de vez com o caos
Da falta d’água, dos buracos,
Do transporte coletivo
E assim nascer a Princesinha Tropical
(Manaus, Manaus, Manaus
Vibra, meu povo!)
Só para liberar toda a potência da garganta da meninada e reposição de energias corporais, porque ninguém é de ferro, houve a distribuição de uma rodada de guaraná com pão e preciosa mortadela.
Mas o mata-broca foi rápido, porque a garotada e também os marmanjos queriam mesmo era brincar o carnaval até não mais parar.
Finalmente teve, na segunda rodada, uma farta distribuição de sorvete, cortesia da fábrica de sorvetes Sempre Frio, do companheiro Nelson Rocha (Papai Noelson nas quadras natalinas).
E aí, como a carne não vai, o carnaval invenção de si não acaba nem fica pouco, como diz o povo, a garotada continuou pulando, dançando, cantando cosmicamente contagiadas pela vitalidade do carnaval.