LETRA DA CORREGEDORIA GERAL ELEITORAL DO TSE TOCANDO DE LEVE NOS “JUSTOS”

Em tempo de eleição basta um olhar ligeiro sobre a amostragem dos candidatos com suas enunciações no momento da campanha, ou em seus envolvimentos cotidianos para percebermos dois tipos de pretendentes.

Um é aquele que carrega uma enunciação viciada, muito bem aderida no lugar comum, própria da demagogia, fruto da limitação intelectual e de uma indiferença ética, o espectro da miséria política. A entrada para o parlamento ou para o executivo tem um único fim: locupletar-se pelas fendas econômicas que os dois poderes podem facilitar. Nesta perspectiva faz uso dos meios mais escusos para ser eleito. Arisca. Se for pego praticando crime eleitoral, e encontrar um representante da magistratura probo, vai “as barras da justiça”: é cassado. Não valeu arriscar: a justiça se fez. Melhor procurar outra causa para poder exercitar sua voracidade material. Caso contrário, se não for pego, “viva a trapaça”! Carrega a lógica do se dar bem: “Quem não arisca não petisca!”. Assegura sua perspectiva de politicofastro: o falso democrata, inimigo do povo.

Outro é aquele que ao suspeitar da existência posta como única finalidade – uma pura verdade, a verdade que sempre interessa as classes dominantes, que o mundo não é para ser transformado, é apenas para ser preservado e continuado nos desígnios morais dos antepassados – procura comprometer sua individuação entrelaçada com outras individuações produzindo a estética coletiva, a forma política de agir como ética. Sabe que é preciso “construir comunidades mais vastas. Tornar-se construtor do outro. (…) Transformar o próprio no comum”, como afirmam Negri/Spinoza. Em Manaus, esse é diminuto. É um espírito raro. Ou uma ave democrática rara.

A LETRA DA CORREGEDORIA GERAL ELEITORAL

Apropriando-nos, e lendo a letra da Corregedoria Geral Eleitoral do TSE, temos o entendimento de ser seu espírito axiológico a imanência veladora da democracia contra a ameaça do primeiro tipo de candidato, o corruptor do Bem Comum. É uma enunciação breve manifestada em três corpos que se tocam formando uma unidade, porém com intensiva potência jurídica constitutiva. Vejamos:

MISSÃO

Velar pela regularidade dos serviços eleitorais, assegurando a correta aplicação de princípios e normas.

VISÃO DE FUTURO

Ser reconhecida como órgão responsável pela promoção da excelência na prestação de serviços eleitorais.

VALORES

Honestidade, lealdade, compromisso, humildade, respeito e responsabilidade”.

Cientes destes enunciados axiológicos que implicam a justiça democrática, o eleitor, especificamente o manauara, acredita que todos aqueles que fizeram uso de meios escusos para serem eleitos, julgados como crime eleitoral, serão punidos e afastados da vivência pública/política. Esta a ação de uma instituição jurídica cuja razão de existir é a democracia.

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