CAMARADA ERON CONFUNDE ALIMENTO CULTURAL COM ARTE
A tesoura orçamentária do Governo do Estado recaiu sobre a Secretaria de Produção Rural, capitaneada pelo comunista Eronildo Bezerra. De 78 milhões em 2008, vai sofrer uma redução para 73 milhões em 2009. Em compensação, a Secretaria Estadual de Cultura, do boicocanestlelizado Robério Braga, terá um acréscimo de 08 milhões.
A notícia irritou o comunista Eronildo, que disparou: “Não tenho nada contra a cultura, mas ninguém se alimenta de cultura. As pessoas comem peixe, arroz, feijão. Isso sim. Não comem cultura. Mas se o governador entende diferente… paciência!”
CULTURA, KULTUR, CÓLERE…
Agri-cultura (cultivo da terra), fruti-cultura (cultivo de frutas), horti-cultura (cultivo de hortaliças), pisci-cultura (cultivo de peixes)… A palavra ‘cultura’ vem do grego, e significa “revolver, amanhar, cultivar a terra”. Conceito que jamais deveria ser estranho a um engenheiro agrônomo, principalmente se ele almeja revolver, revolucionar a cultura agrícola do nosso Estado.
Mas o ‘camarada’ Eronildo, o comunista-mor do Amazonas, companheiro de lutas do ex-comunista Omar Aziz, numa terra onde até o direitista Amazonino Mendes se arvora a ser, em sua história, comunista, não entendeu, e embarcou na palavra ‘cultura’ tal como ela é compreendida na semiótica capitalística.
Nela, a cultura é uma espécie de armadilha. Isto porque ela envolve o enquadramento de atividades semióticas, segregando, isolando, classificando, rotulando e valorando estas atividades em função de um regime de signos dominante. Assim observadas, as atividades humanas perdem o seu aspecto “produtivo”, e são consideradas apenas a partir do seu elemento valorativo, de identidade e de intercambialidade. Este conceito de cultura é extremamente reacionário, mas é o conceito com o qual trabalha, mesmo sem o perceber, o camarada Eronildo e o governo do Estado.
Ao considerar que as atividades do governo do qual faz parte e que são coordenadas pelo colega Robério, vulgo Roberito, fazem parte do que ele entende por cultura, ele abrange apenas o aspecto reacionário das produções, o que é alcançavel intelectivamente pelos membros do governo, camaradas incluídos. O festival de teatro, o festival de cinema, o boi cocanestlelizado, são atividades promovidas pela SEC e que não fogem à semiotização do capital: grau zero de produção, simulacro do Real. Arte reacionária que interessa muito mais a governos que enxergam nestes eventos a possibilidade de lucros, seja na corrupção mais evidente (uma verba “realocada” aqui e acolá), seja na menos evidente, mas não menos danosa, que é o ‘enchiclezamento’ da arte, fazendo com que os artistas mais prósperos sejam justamente aqueles que rezam sob a cartilha dos patrões, ou mecenas, embora os atuais mecenas diferenciem-se daqueles pelo absoluto gosto deteriorado e decadente. De Shakespeare (a sua corruptela capturada como glamour do tiatro de consumo) a Zezinhos, Arlindos, Assayagues e por aí vai.
Mas Eronildo, que não conseguiu sequer decompor a palavra comum-ismo, nem derivar daí os conceitos de comum-unidade e de comunalidade, não pode alcançar, é verdade, o conceito de cultura, ainda que esteja envolvido por ele. Sim, até mesmo o erro de Eronildo no uso da palavra ‘cultura’ faz parte de uma cultura: a humorística.
AI DO CAMARADA ERONILDO SE O POVO NÃO SE ALIMENTASSE DE CULTURA…
Se o Humano não produzisse cultura, não como capturação decadente pela semiótica capitalística, mas como produção devir-povo, engendramento do novo, composição dos corpos na materialidade da substância, não haveria sequer agronomia, ou mesmo o comunismo. Longe de ser capturado pelos governos imobilizados, como o do qual Eron faz parte, as produções humanas escapam da classificação cultural dominante, e constituem novas formas de existir e de sentir. O que qualquer comunista, como Jesus Cristo, o Palestino, sacou bem, quando afirmou que “nem só de pão vive o homem…”. Vive de suas produções autônomas, e não da ensignação paranóide que os governos tirânicos disseminam como sendo cultura e arte.
Boa!
O camarada Eron falou bobagem, mereceu.
Comum-unidade,
Só pode ser comum que compõe afetos, corpos desejantes que carregam noções comuns entre si, como o Bloguinho Intempestivo e La Passionária, na comum-unidade, no 1+1 que é igual a 1, outra potência, desejante-coletivo. Valeu!
Belos, a beleza, entidade visível.
Não esqueço nada nada, a força que me deram, dão-grão, o amor da gente é todo em vão?
“tem que morrer pra germinar…”
Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Entende-se infinito, imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura, cama de tatame
Pela vida afora…
GGil
Saudade Intempestiva de todos AFINS.