É CRISE! E SE NÃO FOR? PIOR PARA O MUNDO!

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Os murmúrios no sistema econômico globalizado – ou sistema financeiro- estão ouriçando as concepções mais díspares de opiniões. Vai dos economistas ortodoxos e heterodoxos, passando pelos micros e macros empresários, tocando de raspão no patrício-camarada, José Saramago, para quem, observando as borbulhanças econômicas atuais, viu o grau superior de inteligência de Marx, examinando no interior indigesto de todas as metamorfose do sistema capitalista, suas autóctones anti-teses, e para confirmar que “Marx tinha razão”. É a crise?

E se não for? For apenas marolas se espargindo, sem forças, na velha praia turística do capital financeiro? O certo é, que pelo som das trombetas bem segmentada do capitalismo global, dar a entender ser apenas mais uma das revelações do real sobre o virtual do sistema financeiro, especulativo, que não possui equivalente de troca concreto na (dês)ordem econômica, manifestando, ou tornando público, o que já era latente: as falências de grupos de empresários que sempre sub-existiram por força da especulação que o sistema das espertezas econômicas, lhe proporciona.

NÃO É CRISE. VIVA A CRISE!

Para compreender com facilidade, ou com um mínimo de perturbação dos neurônios, que não é crise, mas apenas arrepios histéricos na superfície da pele vorazmente-pragmática, é só observar/entendendo o que dizem os filósofos Baudrillard e Deleuze/Foucault.

Baudrillard afirma que todo sistema cria para si um princípio de equilíbrio, de troca e de valor valores, de causalidade e de finalidade que vigora com oposições regradas: as do bem e do mal, do verdadeiro e do falso, do signo e de seu referente, do sujeito e do objeto; tudo que regula a estabilidade desse sistema. Entretanto, quando irrompem forças cujas regras não são suficiente para estabilizá-las, em suas fórmulas, ocorre as catástrofes que colocam em perigo o sistema integral. Não é o que está ocorrendo no mundo global financeiro. As regras continuam as mesmas. Bom exemplo são os paliativos usados pelos governos: as mesmas sonambúlicas de mantém o capitalismo cambaleante, sem desabar em seu próprio desequilíbrio.

Em, Deleuze/Foucault, o texto mostra que uma crise é sempre uma passagem do já constituído como semiótica de valores por força de uma devir, cujas particulares disjuntoras produzem outras enunciações coletivas capazes de substituírem a antiga como acontecimento. O novo. Outro mundo, outras percepções e outros entendimentos. Nada disso está ocorrendo. O espetáculo não é nada mais do a dança macabra dos fantasmas despóticos capitalísticos. O que não amedronta nem ilude os do “sono sem sonho” (Deleuze), mas apavora e desespera os delirantes-sonhadelos: os niilistas-capitalistas.

O patrício-camarada, José Saramago, continua com razão: Marx pensava no mais alto grau do conhecimento: o capitalismo é podre, por isso fede. Cada vento que sopra recende mais sua podridão, mas é preciso não se enganar: o fedor indica que o cadáver ainda tem forma. O desespero é um ritual para ressuscitá-lo.

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