TRABALHO ESCRAVO OU EM CONDIÇÕES DEGRADANTES?
A Conferência Internacional sobre Biocombustíveis foi anunciada pelo presidente Lula ainda no ano passado na Assembléia Geral das Nações Unidas. A Conferência será realizada em São Paulo de 17 a 21 de novembro. Mas antes de sua realização, o embaixador André Amado, subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Itamaraty, disse que o trabalho feito por trabalhadores rurais nas plantações de cana-de-açúcar não pode ser classificado como trabalho escravo, mas segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), de trabalho degradante. A notícia é da Agência Brasil.
Para o embaixador há uma distorção dos fatos para denegrir a produção de biocombustíveis no Brasil. Daí surgirem críticas colocando os trabalhos na produção de açúcar e álcool como análogos ao trabalho escravo. Segundo Amado:
O que nos deixa um pouco indignados é essa preocupação de qualificar o trabalhador rural, porque faz um trabalho muito difícil, à luz do sol, horas a fio, como um escravo. Por quê? Ele tem condições muito difíceis de vida, mas são condições muito difíceis de vários trabalhadores rurais e urbanos brasileiros e nem por isso eles podem ser considerados como escravos. Isso faz parte de uma campanha de denegrimento da atividade de produção de biocombustíveis no Brasil.
O embaixador ainda ressaltou o fato de que mesmo os movimentos sociais, pelo menos em São Paulo, concordam com as suas colocações de que os casos encontrados no Brasil são casos de trabalho em condições degradantes e não escravo.
A respeito de crianças trabalhando em lavouras de cana o embaixador questionou:
“O governo está dizendo isso há muito tempo, o Ministério do Trabalho está dizendo isso há muito tempo, o Ministério Público está fiscalizando isso, mas um que outro caso continua acontecendo e isso é suficiente pra botar o rótulo em toda a atividade como empregadora de crianças?”
De forma alguma a dúvida pode surgir sobre este assunto. Sendo a produção de biocombustíveis uma das atividades mais prósperas que contribuem para o Brasil avançar rumo à efetivação de sua independência econômica, a qual lhe proporcionará um aumento na criação de políticas públicas destinadas à melhoria da existência do povo, colocar em suspeita um avanço como esse no país em razão de seus trabalhadores estarem em situação análogas à escravidão, é no mínimo uma enorme contradição. De pronto o Governo Federal deve tomar providências para que não reste dúvidas de que ele cresce respeitando o seu povo.