QUANDO OS RICOS FARÃO A REVOLUÇÃO
Márcio Pochmann, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ficou doido? Muitos magnatas já socaram a mesa, Paulo Skaf cuspiu de lado e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) já se prepara para confrontá-lo. Como é que o economista à frente do Ipea vem defender o aumento da carga tributária para os ricos a fim de fomentar o “acesso mais democrático aos padrões de consumo”? Pirou de vez. O buzinaço de duas mil limousines já se encontra em carreata. Os Cansados, com seus figurinos da Daslu, já preparam suas reluzentes frigideiras, compradas especialmente para a manifestação de penteados e pedras preciosas, para reivindicar a internação desse louco delirante:
“O papel da arrecadação é financiar uma escola para a vida toda e de qualidade, financiar o ingresso do jovem mais tardiamente no mercado de trabalho, aos 25 anos de idade, ou não tão cedo como ocorre no Brasil. Nesse sentido é necessário o aumento dos tributos sobre os ricos, sobre os que detêm maior parcela da riqueza. Ao mesmo tempo, é necessário alterar a estrutura tributária brasileira, que é muito regressiva, que faz com que os pobres é que paguem impostos, justamente eles que menos recursos possuem para financiar sua própria vida.”
Que delírio! Mas, como diriam Deleuze e Guattari, o delírio é geográfico-político. Márcio Ponchmann sabe muito bem onde está e o que está fazendo. Ele aproveita todos os avanços democráticos do governo Lula. Não é somente uma mudança no acesso a bens e serviços, é a própria economia que se desterritorializa e se abre a novas possibilidades sequer imaginadas. A economia enlouqueceu. Com certeza, a estas alturas, em algum consultório psicanalista, algum megacorporativista, aconchegado ao divã, remoendo seus problemas de pai, já vai tentando levar um pouco de psicanálise para colocar a economia no seu rumo. Como disse Jean Baudrillard: “Existe uma única exigência para os capitalistas: eles precisam de consumidores, senão eles não nos legariam sequer o pão.” Os ricos nunca farão revolução alguma, mesmo porque uma revolução não é personalista, senão será apenas uma falsa revolução, parcial e segregadora, como todas as revoluções burguesas, cujo maior exemplo é a Revolução Francesa.
Os ricos são reacionários, mas nada podem contra uma verdeira revolução como afirmação de uma potência democrática, que os arrasta juntos na sua passagem livre, alegre, autêntica.
companheiro:
um buzinaço de 2 mil limusines,paulo skaf à frente,é o que eu quero ver.
um abraço.
romério
http://romerioromulo.wordpress.com
Companheiro Rômulo,
da latinaroma que não é de César nem de Nero, mas do clinamen lucreciano, por forçar a linguagem para atualizar novas formas de sentir (afectos), você já arrancou os olhos e viu, não o Skaf, que não é real, sendo apenas um rosto adesivado sobre um corpo que tem diversos nomes: desigualdade, miséria, exploração, violentação, microfascismo… Tudo que mina o philopoietai Romério.
Valeu!