A SUBALTERNIDADE DO PEQUENO PT “OH, MY DARLING”

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Eduardo Braga, Sinésio Campos e Marilene Corrêa
Eduardo Braga, Sinésio Campos e Marilene Corrêa

Fontes intempestivas trazem a informação de que a ala “Oh, My Darling!” do PT levou dois duros golpes no início desta semana.

Primeiro golpe: do governador Eduardo Brag-onino. O governador reuniu-se, no início da semana, com a chamada cúpula da administração estadual – leia-se, os secretários – e tascou-lhes aquilo que em outros tempos chamava-se uma boa carraspana, do tipo quem está na campanha tem que vestir a camisa.

A bronca, típica do politicismo edipianizado, garantida pela relação de subalternidade daqueles que aceitam entrar na patologia do Senhor-Escravo, tinha direção certa: a parte “petista” da cúpula, notadamente o deputado estadual Sinésio Campos e a reitora da UEA, Marilene Corrêa. O motivo: as críticas que o candidato oficial, Omar Aziz, tem recebido por parte do candidato do PT, Praciano, e da militância do partido nas ruas. Quem esteve presente garantiu que a bronca foi dada num tom que poderia ser chamado eufemisticamente de ríspido. A lividez no rosto dos membros da cúpula estadual era prova de que o desespero pela pífia performance da candidatura mais cara de Manaus bateu à porta do Palácio do Governo, e de que a vergonha é um sentimento que apenas quem é capaz de se indignar pode sentir. O que não é o caso da dupla petista.

Há quem diga que, pela primeira vez desde o início da campanha, o Deputado Estadual e a Reitora, dois petistas “Oh, My Darling!”, estiveram em reunião partidária da campanha de Praciano para levar o recado do chefe. Na reunião, ficaram cara a cara com alas um pouco menos “Oh, My Darling!”, e outras que não carregam esse elemento da subalternidade a governos não-democráticos.

Tiveram que suportar a negativa da militância do partido em recuar da atitude crítica em relação ao governo estadual. Continuará fazendo parte da pauta de discussões dos candidatos do PT a crítica à administração estadual, à qual Omar tenta colar sua imagem eleitoral, mesmo sendo apenas vice. Enquanto Omar se esmera em seguir as orientações dos seus marketeiros e não entra no que chama de “ataques pessoais ou à pessoa do governador”, parte da militância petista entende que criticar um governo não significa criticar as pessoas, mas utilizar os fatos ocorridos a partir da ação destas pessoas em seus cargos para discutir ações políticas. Uma questão de subjevidade, não de biografia. Embora, no caso de Omar, Alfredo e Eduardo, a biografia seja uma insuportável conseqüência da subjetividade antidemocrática.

Segundo golpe: não tendo mais o que dizer, Sinésio e Marilene retornaram à Braga, desta vez levando o recado da militância. Ainda nervoso, mas menos ríspido, Brag-onino teria pedido desculpas aos dois representantes-mores da ala “Oh, My Darling!” petista, que, claro, aceitaram. No fim, continuaram serelepes no lar que jamais deixaram.

Duplo não-movimento da dupla não-engajada etico-esteticamente, que evidenciou, em duas jogadas do que, em outros tempos (os da carraspana), chamava-se garoto de recados, a subalternidade e a limitação intelectiva e epistemológica que caracteriza alguns militantes do PT no Amazonas, cujo ressentimento com a própria existência impede a passagem de fluxos afetivos que aumentem a potência democrática.

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