PERSPECTIVA OBNUBILA DEUS EM PESQUISA
Todos saberes como indicadores de valor, falso ou verdadeiro, são produções do antagonismo de forças. Assim, historicamente, se manifestam saberes reacionários e saberes democráticos, estes em menor quantidade. Freud enuncia os reacionários como a lógica da estupidez que predomina no mundo graças aos graus de repressões exercidos pelas consciências mitificadas/mistificadas como força recalcante. Nisso, o saber/morto passar como relevância da vida. A onisciência de Deus como sintoma e não como realidade. Falsos saberes como verdadeiros indicadores de realidades a serem preservadas. Tudo que se encontra na “onisciência” das pesquisas de sondagem de opinião pública, onde empresas procuram a auto-glorificação cognitiva como sabedoras infalíveis das opiniões presentes e futuras, o que cabe a Deus. Isso, para quem acredita.
A TEO OBNUBILAÇÃO DA PERSPECTIVA
O filósofo Deleuze fala de números e numerantes, estes carregam movimentos, são impossíveis de serem sondados e capturados dado suas potências produtoras; aqueles, são corpos molares de fácil captura, dadas suas imobilidades, são os ilusionistas. Estes, os que comumente a empresa Perspectiva de sondagem de opinião pública mostra em suas pesquisas eleitorais. Por ele tenta se teologizar como capaz de capturar os saberes e dizeres da opinião pública, sem jamais suspeitar (elemento fundamental a construção do saber) que as massas não refletem as sondagens em função de sua ordem evanescente: o incapturável.
Quando, o proprietário da empresa, Durango, em Complexo de Deus, vaticina o futuro, com seus estados de coisas, afirmando que a partir de agora as eleições cairão mais nas emoções (irracionalidade) das conversas acirradas “de bar” e outros locais, anulando a razão, mostra o quanto se quer Kid, Durando Kid, o herói dos quadrinhos, ídolo do cantor Waldick Soriano. Nisso, não percebe, como Waldick, que o herói não liberta força, e sim fortalece os mitos e as lendas de suas perspectivas. Esse, o “heroísmo” das empresas de sondagens de opinião pública. A opinião como mercadoria no invólucro lendário/mítico.
A LÓGICA DO ARREDONDAMENTO
A pesquisa eleva a categoria molar do número: a imobilidade. Ele, como Durango Kid, afirma que arredondou os números, tudo o que se pode fazer com um corpo imóvel como o número, o impossível com o numerante. Arredondou. Se era 14,6, ficou 14 ou 15? Amazonino, 46%; Omar, 16%; Serafim 14%; Praciano 12%; todos arredondados? Onde se encontra o saber/teológico do “herói”? A opinião do eleitor é pedaço, aí o motivo de poder, plasticamente, ser arredondada? No senso comum: arredondar é determinar uma única opinião.
OS ACERTOS DAS MARGEM DE ERROS
Em sua heroicização, Durango afirma que se deve levar em conta as margens de erros, 4 pontos para cima e para baixo (e existe ?). Não suspeita: o erro é também uma certeza. Obnubilada a pesquisa, o candidato Amazonino, com 46%, tem 50%, já levou. Os outros, como nas outras pesquisas, são os outros. Nos casos específicos de Serafim e Praciano, numericamente, são imóveis. Quanto a Omar, surge apenas como modelo do número: elemento da imobilidade. Se amparado só na estatística, Durango ironiza Deus, o pior ocorre quando incorre na epistemologia: conhecer o insondável futuro pela ausência do presente dominado pelas “emoções”, a força do demagogo. O prefeito será aquele que mais segregar corpos chantagistas, os menos racionais. Sua mensagem cifrada. O seu candidato.
Daí que a obnubilação confirma o filósofo Baudrillard quando ele diz: “É possível discutir com quem sabe, é possível discutir com quem não sabe, mas nem mesmo Buda poderia discutir com quem acredita saber”.
A Perspectiva não conduz um saber dialógico. Logo, não pode ser crível.
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