O juiz da sexta Vara Criminal da Justiça Federal São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, o que, com sua inteligência jurídica e sua potência democrática, foi um dos responsáveis pela prisão do protegido e guardado Daniel Dantas, o “orelhudo” libertado duas vezes pelo “super” ministro Gilmar Mendes, para quem a justiça não “é o que é justo”, como disse o filósofo Platão, receberá uma representação disciplinar do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, requerida pelo deputado federal, vice-líder do PPS, Raul Jungmann, que, de acordo com sua moralidade, afirmou sobre os grampos telefônicos em DD, que “isso é inconstitucional, o juiz desrespeitou a constituição…”.

Nas encenações das nobrezas e dos vassalos, é comum coadjuvantes periféricos da história quererem que o público acredite que são moralmente modelares para continuarem em suas parlapatônicas interpretações.

Jungmann, que se quer visto como bem, escotomiza seu mal: desde 2004, por ter utilizado, em 1999, indevidamente aeronaves da Força Aérea Brasileira – FAB, vem sendo processado judicialmente. Em outubro do ano passado teve contas bloqueadas e veículos indisponibilizados pela justiça por causa de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público, devido a um contrato irregular entre o Incra e uma empresa de publicidade. Também foi alvo de uma auditoria da Controladoria-Geral da União – CGU por uso indevido das chamadas contas tipo B (fundos de suprimento). Para afastar o tempo em que era, então, ministro da Reforma Agrária de Fernando Henrique, Jungmann quer afastar De Sanctis. Ironia da terra que se movimenta. A terra que move o juiz não é a mesma que fixa o deputado.

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