O elemento que mais alimenta a moral da psicologia capitalista com sua ordem do lucro pelo otimismo é o ressentimento. É do ressentimento que saem as enunciações do castigo e da recompensa. É ele o substrato que comanda o esporro naqueles que se mostram lerdos diante das conquistas, ou nos comportamentos contrários aos esperados pelos superiores de seus subordinados. É ele que leva um Boris Casoy afirmar, “psicologicamente”, que umas palmadas nas crianças ajudam em sua educação. Ou entenderem a afirmação de Lula quanto ao desempenho da seleção brasileira de futebol masculino como um esporro. Quando sabe-se que ele só manifestou sua opinião de torcedor que experimentou futebol sublime, com craques deslumbrantes.

Pois foi exatamente o entendimento da moral da psicologia capitalista que fez com que alguns comentaristas de todos os corpos e matizes afirmassem, depois do belo 0 x 0, Brasil & Bolivia, que Lula deveria dar outro esporro nos jogadores para ver se eles criam vergonha e voltam a jogar da forma que jogaram contra o Chile.

Hilário engano ou erro. Os 3 a 0 contra o Chile não foram resultado de nenhum esporro e nem demonstração de futebol arte, como a mídia ufanista anunciou. Como diria o craque Biloca, são fatos que podem ocorrer em qualquer partida, principalmente contra um time jogando(?) atabalhoado como jogou(?) os companheiros do craque Zamorano da terra de Salvador Alhende.

TIRAÇÃO DE BRONCAS DOS BRASILEIROS

Assim, como mostra a voz do cantar, que “depois do amor sempre vem a saudade que mata, que fere só de maldade”, depois do jogo vem as tirações de broncas para tentar desrealizar o real do resultado. Tudo com a mídia coadjuvante. Algumas tirações de broncas dos pernas de pau e seus equilibristas.

  • O campo é ruim, o jogador não pode dominar a bola de primeira, tem que dar dois toques, aí o adversário chega.

  • Eles vieram para jogar trancados.

  • Eram dez na defesa.

  • Faltou a torcida para incentivar o time.

  • O campo do Engenhão é muito estreito.

  • A torcida não deveria vaiar, tinha era que incentivar.

  • Se fosse em outro campo de outro estado, o resultado seria outro.

E por aí foram as tirações de broncas, depois de Dunga, após a partida contra o Chile afirmar – para afastar a suspeita que a vitória era resultado do esporro de Lula nos jogadores que precisam apanhar do papai para fazerem a coisa certa -, que o “time chegou onde ia chegar”. Dois dias depois, “deschegou”.

Todas as tirações de broncas caem por si mesmas. Jogador craque tem que ser como ator/artista: joga bem em qualquer campo, como ator/artista atua em qualquer lugar, por isso não é um canastrão.

Daí quê, se campo bom e torcida ganhasse jogo, o Chile não teria perdido. No mais: Viva o time da Bolívia, de 10 jogadores, e Evo Morales, com seu Gás!

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