MAROCAGEM ELEITORAL
Qualquer semelhança de tipos vivos com as marocas não é mera coincidência
As marocas e os marocos estão encontrando grande concorrência em muitos candidatos que se apresentam no horário eleitoral gratuito. Estão inflacionando o mercado publicitário eleitoral os ditos destes candidatos. É uma verdadeira exuberância de verves. Mas não é para isso que serve a verve? Para proporcionar rasgos de gargalhadas? Amigas marocas e amigos marocos, aproveitem, curtam e mandem para nós suas observações, que publicamos neste bloguinho intempestivamente democrático. Maroquemos, ora pois!
FAZ O QUE DIGO E NÃO FAZ O QUE FAÇO
Duas amigas, passando em frente ao TRE, comentam.
— Eu estou adorando o trabalho pedagógico da Justiça Eleitoral esclarecendo o eleitor para não votar em corrupto. E tu, como professora, tá gostando?
— Não!
— Não?!
—Não, e explico. Como ela quer que o eleitor acredite em sua campanha do voto consciente, se lá em Minas Gerais a Justiça Eleitoral permitiu que um cara com mais de 50 processos se candidate? A não ser que seja o “faz o que digo e não faz o que faço”.
NASCI NO LUGAR ERRADO
Dentro do ônibus lotadíssimo, com temperatura chaleira, duas estudantes conversam.
— Eu nasci no lugar errado. Eu era para ter nascido na Europa.
— Tu tá doida? Se tu tivesse nascido na Europa, tu eras outra pessoa, não eras amazonense e não estava agora aqui. E o pior: não ia votar no candidato que tu politicamente confias.
— É verdade, fui mal. Quem sabe ele poderia perder por falta do meu voto.
SAINDO PARA A BLITZ
— Tu já viste no horário eleitoral um candidato que sua propaganda lhe mostra saindo de casa vestindo um colete à prova de balas para ir às ruas conquistar votos?
— Não acredito!? Verdade?
— Verdade, colega. O cara sai parece que vai enfrentar bandidos.
— Talvez ele acredite que conseguir votos é uma verdadeira guerra de gangues.
— Então ele está no acontecimento social errado. Na democracia, eleitor não é um bandido para os candidato se protegerem contra ele. Ou o voto contrário é uma bala?
— Mas não tinha um candidato que dizia: “Teu voto é uma bomba!”
MIGRAÇÃO CERTA
Duas adolescentes conversam no pátio da escola:
— Quando deixei minha terra com minha família, chorei muito, muito sofrimento, deixar um passado de criança para trás, foi doloroso. E o pior que meu pai e minha mãe não concordavam para que estado ir. Até que mamãe convenceu papai pra vir pra cá.
— E tu gostas daqui de Manaus?
— Ainda não de toda. Mas tem um ato que vou cometer que acho que vou passar a gostar pra valer.
— Qual é?
— É poder votar pela primeira vez em um candidato escolhido por mim, muito diferente dos pilantras que meu pai votava lá na nossa terra.
QUATRO ANOS NÃO É REFRESCO
Duas vizinhas na feira conversam sobre eleição:
— Tu já escolheste teu candidato para prefeito?
— Tô nem aí! Vou votar em qualquer um.
— Tu tá doida, mulher. Vai que votes em trambiqueiro, enganador, corrupto. Vão ser quatro anos de sofrimento.
— E o que é que eu tenho que ver com esse sofrimento?
— Tu gostarias de voltar a viver os três anos com aquele teu marido que fez da tua vida um inferno?
— Deus que me livre, vizinha! Esse sofrimento eu não quero nem para minha pior inimiga.
— Pois é. Eleição é como escolher um companheiro. Se a gente escolhe bem, é feliz; se escolhe errado, é o verdadeiro inferno.
QUE ARTISTA QUE NADA
— Tu já viu que tem um monte de candidatos com nome de artista, até apresentador de televisão?
— É mesmo, é? Será que eles tão se candidatando porque vida de político é melhor que a de artista, e dá mais fama e dinheiro?