GOOGLE, OS ANIMAIS NÃO DISPUTAM, NÃO RIEM E NEM CHORAM!
O poeta/filósofo Fernando Pessoa, através de um dos seus heterônimos, Caieiro, desantropologizou a natureza. Disse que as flores são só flores, a natureza é só ela mesma. Entretanto, não foi só Pessoa quem desantropologizou a natureza, mas foi ele quem, poeticamente, mostrou que a poesia nada tem a ver com o misticismo-antropológico que alguns ditos poetas recorrem para serem tomados como deuses. O que se expandiu a ponto de formar subjetividades defensoras intransigentes do sistema ecológico como se ela respirasse as perturbações do homem, como ironizou o filósofo Lucrécio. Espírito ambiental confundido por muitas políticas de preservação da natureza adotadas pela maioria dos países. Aí, nada de Pessoa, para eles as flores têm sentimentos.
Como o substrato teletecnológico do Google é virtual, ele não pôde perceber na tridimensionalidade do mundo como Figura/Fundo, o poeta Pessoa, então, acreditou em inovar no período das Olimpíadas sua imagem-clichê-internético (logotipo), referenciando animais com letras que compõem seu nome. Talvez tenha tido a intenção de, por meio da infantilização imagética, ser engraçadinho. Mas não deu outra: tornou-se ridículo antropozoológico. Patético Walt Disney olímpico.
Se seu objetivo era apanhar o internauta na possível semelhança produzida com as letras de seu corpo com os esportes representados pelos corpos dos animais, o resultado foi decepcionante. Provou sua limitação para compreender o essencial de um evento unicamente humano, demasiadamente humano: as disputas. Poderia muito bem ter usado os corpos dos atletas para imitar suas letras G,O,L,E. Muitos atletas em seus movimentos executam todas as formas alfabéticas. E assim, as Olimpíadas ficariam entre aqueles que são seus produtores e defensores: os homens. São eles que se querem deuses. São eles que se querem quebradores de recordes. São eles que vibram e choram. São eles que ganham medalhas. São eles que não são animais, GOOGLE!
Hmmm, discordo. A leitura do livro _Eu, Primata_, do etólogo Frans de Waal, nos dá ótimas razões para revermos nossa visão sobre os animais. Há primatas não-humanos que não organizam jogos olímpicos tais como os nossos, mas realizam disputas físicas (lutas) e também políticas. Sobre isso, vale a pena ver também o livro _Macacos_, do Dráuzio Varella.
Ave,César!
Boa interferência tua na zona do agrião Primata/Primata, Primata/Homem. Ou Natureza/Naturante(Substância/Causa, Natureza/Naturada(Efeito). Sim, há disputas Natureza/Naturante/Primata, mas a disputa Natureza/Naturada/Homem, é da ordem da Polis. E, no nosso caso,na ordem da Polis/Capital. Uma questão de valor, diria Marx. China/esporte/Capital. Violação dos direitos humanos em plena as disputas olímpicas. Isso escapa do “esporte” Primata/Primata(Substância/Causa).
Primatamente jogando, uma grande abraço! Valeram as indicações!
oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii bando de vagabundossssssssssssssssssssssss alaaaaaaaaaaaaaaaa
Minha visão é de que, não dá para não antopomorfisar usando a palavra. A fala (língua)é a tecnologia mais representativa do “Homo”. Mas isso se aplica mais aos abraamicos pois na Asia o Taoismo sabe muito bem disso :
“Quando se consegue falar do Tao, isso não é o Tao. O Tao é indizível”
I Ching