A “BONDADE” DA PESQUISA ELEITORAL
O sistema capitalista se toma como a essência da esperteza. Nada lhe impede de lucrar. Onde entra com suas garras, sempre abiscoita uma vantagem monetária, mesmo que seja a mais ínfima. Entretanto, é apenas sapiência exacerbada de si mesmo. Egolatria. Por isso, a todo momento ele vacila e seus pruridos exalam suas fraquezas. É uma brecha que se arreganha e o lucro dança: ele trabalha para o outro, seu maior pavor, e não leva nada.
No momento atual, na campanha eleitoral para prefeito, principalmente, em Manaus, o capitalismo tem mostrado, que em questão do lucro constante, é a maior cascata. Tem trabalhado sem lucrar.
Em tempo de eleições acontece de se manifestarem, no plano da visibilidade, necessárias para que sejam eleitos, dois tipos de candidatos: um, os que já rodaram em outras estradas eleitorais e são mais conhecidos que farinha baguda, e outro, os novos, os que ainda não se tornaram farinha baguda. Daí que em uma pesquisa espontânea de sondagem de opinião eleitoral, quando a empresa pesquisadora pergunta em quem o eleitor vai votar para prefeito, só da os farinhas baguda, os não baguda não aparecem. E se a pesquisa é de amostragem dos nomes dos candidato, dá no mesmo: os bagudas aparecem disparados, e os não bagudas imóveis.
Como a disputa está apenas começando, os bagudas vão ao delírio: já se vêem como Fernando Henrique, sentados no trono um dia antes das eleições para no outro dia perder a prefeitura de São Paulo para o “fi-lo porque qui-lo”, Jânio Quadros. Não percebem que os % não representam a maioria da opinião dos eleitores, mas da memória de alguns. Assim, como as empresas de pesquisas em seus mapas indicadores têm que publicar os nomes de todos os candidatos, aqueles não bagudas passam a ser conhecidos pelos eleitores. É aí que o capitalismo dança: faz propaganda gratuita do não bagudas. No caso específico de Manaus, “bondosamente”, exibem os candidatos não bagudas: Luiz Navarro do PCB, Ricardo Bessa do PSOL e Praciano do PT. E mais ainda, como as pesquisas pretendem ser tomadas como verdadeiras, para serem tidas como necessárias diante da opinião pública, elas são publicadas nos meios de comunicação – quase todos cabos eleitorais dos bagudas. E aí nesse strip-tease marketeiro o capitalismo dança outra vez, agora no ritmo do Can-Can, já que a imagem dos não bagudas são expostas. Significa dizer, que eles passam a ser mais conhecidos. E quem lucra, em cima do prejuízo do capitalismo, é aquele não baguda que tem possibilidade de ser eleito.
No final junta-se o prejuízo do capitalismo – a propaganda gratuita dos não bagudas – com o horário eleitoral nos meios de comunicação e os não bagudas passam a ser a memória dos eleitores que só lembravam dos bagudas. Significar dizer, que os não bagudas podem tornassem memória do eleitor durante quatro anos.