ALGEMAS CINTILANTES
O artigo do dia: ALGEMA OU NÃO ALGEMA? Nos entremeados do algemar saltam cintilações algemantes. Trocadilho: algema, almas gêmeas. Dois braços. Braços unidos por suas singularidades. Embora, muitas vezes, um faça o que outro não faz. Um é mais destro. Pega mais longe. É mais veloz, capaz de tornar-se invisível no ato da posse. Não importa: na força da algema, os dois são unidos. Mas há aqueles que só têm um braço, entretanto pela força do hábito da posse do alheio, e da lei, têm que ser algemado. Ridículo, dizem, um único braço algemado: mata a essência almas gêmeas. Para diminuir o ridículo, casa-se o ‘braceta’ com o braço de quem lhe prendeu. Vem a inquietação: ainda é alma gêmea? Qual a diferença do braço algemado por delito e o braço algemado como lei? Só a força da enunciação incorpórea: o segundo é um braço jurídico. Mas está algemado.
VISÍVEIS ALGEMAS DE OURO
Até Lula entrou no discurso jurídico das cintilações algemantes. Não se pode algemar as pessoas diante dos olhos públicos, principalmente nos olhos “espetacularizantes” da mídia. É um direito de quem está sendo detido por suspeita de um crime. Dandan, o trambanqueiro, com todas as provas colhidas pela Polícia Republicana em suas investigações, não merece as almas gêmeas. Só as algemas de ouro: a invisível. O mesmo ocorreu com o outro trambanqueiro, Cacci: algemas invisíveis. Ora, ora, ora, que ironia. Eles, defensores da invisibilidade-argolante, não sabem que o povo visibiliza o incorpóreo no rastro do corpóreo. Quando o cara está sendo conduzido preso com qualquer tecido sobre os braços, o povo vê as algemas. As algemas da dupla de ouro Dandan & Cacci é mais visível do quê cachaça embrulhada em jornal para não ser vista. Sempre escapa o segredo do bebedor. É por isso que quando ele chega em casa, já tem uma fila esperando pela sua talagada. A “ausência” das almas gêmeas nos punhos de ouro da dupla trambanqueira é como a cachaça embrulhada em jornal. Todo mundo vê. Até Deus. Isto por que o material das algemas é natural, mas seu discurso é sócio-policial-cultural. Tanto faz algemar ou não algemar, o povo sabe que os dois são assaltantes, e por tal, vê as almas gêmeas em seus punhos de ouro. É procedente o não uso das algemas em pessoas cujos órgãos policiais ainda não possuem provas infalíveis para sua condenação. Pessoas ainda acima de qualquer suspeita, o que não é o caso da dupla Dandan & Cacci, que em suas práticas não só rasgaram a Bíblia com seu “Não roubarás” (a irmã de Dandan ainda foi à missa por D. Ruth!), como também usaram a ironia brechtiana, com a sua “ Qual a diferença entre assaltar um banco e fundar um banco?”. Dandan, casando Brecht às suas ambições , aliou o assalto à fundação: fundou um banco para assaltar o dinheiro público. Cacci, mais preguiçoso, assaltou o banco e o fechou.
No mais, esta vaidade de algema ou não algema não passa de prurido burguês. Tudo que não consegue cegar o povo.
Sempre vi algemas no Amazonino, Omar, Carlos Souza e Companhia. Alguns “políticos” estão de tal forma algemados que o povo sabe, conhece. Quando ele aparece – o povo é certeiro – vai prá lá ladrão.
Tu visibilizas bem , Anônimo!
No Amazonas temos multi-gêmeos- algemados. E isso o povo ver com sua inteligência e a sua vontade. Certo vai ser nessa eleição: o povo vai visibiliza-los como seus inimigos.
Abraços desalgemados!
Gostei. Vamos desamazonizar Manaus e o Amazonas.