AS ÁGUAS DA AMAZÔNIA

Enquanto muitos discutem sobre quem o é dono da Amazônia ou quem realmente sabe cuidar e tutelar este “menor incapaz”, constantemente abusado por diversos monstros, Les énergies du progrès trazem os ares francófonos na luta mundial para trazer o desenvolvimento econômico e evitar futuros problemas de falta de energia no Brasil. Há os que preferem cavar e tentar restaurar, com constantes ataques de xenofobia, amarrados ao passado glamouroso e jamais vivido, cavam, cavam, cavam, a procura do glamour da Belle Époque debaixo da terra.

Por enquanto os olhares estão atentos ao desmatamento da Amazônia, ao estiloso ministro do meio ambiente e seu desempenho ao tentar conversar com os vilões e negociar um bom preço para “manter a floresta em pé”. E os negócios dão continuidade ao progresso. Em maio passado, o consórcio Energia Sustentável do Brasil venceu o leilão da Usina Hidrelétrica Jirau, no Rio Madeira – Rondônia. O consórcio é liderado pelo Groupe Suez, grupo franco-belga, uma das maiores multinacionais no segmento da energia (elétrica ou gás) e ambiente (água e saneamento), uma antiga conhecida da não-cidade de Manaus. Teoricamente o maior grupo privado gerador de energia elétrica, presta serviços de utilidade pública, como fornecimento de eletricidade, gás, energia, água, administração do lixo. Na América do Sul, se encontra no Peru, Chile, Argentina e Brasil.

O grupo, segundo Dirk Beeuwsaert (da SUEZ Energy International), dispõe de grande experiência que pode proporcionar o desenvolvimento e a construção de novos projetos para Brasil e está empenhado para participar do crescimento do setor energético brasileiro. Mas o objetivo principal é aumentar sua participação nos projeto rentáveis. A Usina Hidrelétrica Jirau é um dos empreendimentos que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), considerado o mais importante para a região como uma estratégia para a geração de energia limpa e renovável. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vibrou com o resultado do leilão e está certo da garantia da energia disponível a partir de 2013, pelo prazo de 30 anos. O PAC realmente é um investimento rentável, pois as estimativas são boas do ponto de vista do desenvolvimento e a geração de lucro para uma multinacional já consolidada no Brasil, atuando há mais de 50 anos.

Na busca pelo negócio rentável, temos como exemplo o trabalho do Grupo Suez/Águas do Amazonas em Manaus, desde 2000, quando assumiu o serviço de saneamento básico e distribuição de água. Foi a primeira privatização do setor de saneamento básico de uma capital brasileira. Disso os xenófobos podem se orgulhar. Mas a gestão à moda francesa se constitui na prática da opacidade, superfaturamento e monopólio não só em Manaus, mas onde suas filiais estão, até em muitas cidades francesas. Onde criou dispositivos para assegurar os lucros previstos pelo grupo, pois qualquer acontecimento político, econômico ou social poderia ser uma ameaça aos seus objetivos. Aqui o experiente grupo instituiu o que chamam de apartheid da água, dividindo Manaus em duas grandes áreas: uma consolidada, com água potável distribuída; outra não regularizada, a periferia onde não tem água e se tivesse as normas de potabilidade não seriam respeitadas.

Os principais opositores deste grande negócio seguem a mesma linha de atuação das ONGs, de alguns chamados movimentos sociais e mídia apocalípticos, tornando-se seus principais investidores. A mídia investe pesado tanto no mercado das notícias sobre pedofilia quanto dos vilões da floresta. A Amazônia continua indefesa. Um grupo de franceses está na região fazendo um documentário para constatar se o Brasil realmente está cuidando do “menor indefeso”, mas há quem acredite que a única forma de resolver o problema do desmatamento e internacionalização é por meio de uma CPI. Já que a palavra de ordem é o lucro, a CPI da pedofilia já alcança este objetivo.

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