CANDIDATURA DE PRACIANO INCOMODA E IMPRENSA ESCRITA REAGE

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Duas notícias veiculadas na imprensa escrita de Manaus esta semana chamaram a atenção para a candidatura de Praciano à prefeitura de Manaus. Nas duas notícias, para além do óbvio, saltam enunciados sobre a condição da imprensa no Amazonas e sobre a potência coletiva que carrega a campanha de Praça.

AS “NOTÍCIAS”

No início da semana, duas notas publicadas davam conta de uma possível aliança do PT com o PSDB, citando especificamente o candidato Praciano e o senador Arthur ‘5,5%’ Neto. A segunda nota trazia inclusive uma suposta declaração de Praciano ao jornal, onde ele não confirmaria nem descartaria uma possível aliança com ‘5,5%’.

A segunda nota, neste jornal dominical, informa que Praciano estaria tendo dificuldades em contratar um jornalista para a assessoria de imprensa da campanha, já que nenhum jornalista aceitou o convite.

LÁ COMO CÁ, A IMPRENSA ESCORREGA

Já foi abordado aqui neste Bloguinho como a imprensa local se quer clone da nacional, e que segue a mesma abordagem no sentido de defender interesses particulares e financeiros nas páginas de notícias. Isso inclui a campanha midiática contra Lula, que tem auxiliado o Sapo Barbudo na sua impressionante popularidade.

Dada a incipiência da candidatura de Praciano, que sequer foi oficializada como campanha – Praciano apenas foi aclamado o candidato do partido nas prévias – os ataques da imprensa já mostram que ela deve se mostrar como ameaça aos interesses dos outros candidatos, facilmente identificados pela população como iguais entre si.

COMO SE PRODUZ UM FACTÓIDE

Este Bloguinho foi conferir diretamente com Praciano se as “notícias” tinham fundamento. Segundo ele, no caso da suposta aliança com o PSDB, o que houve foi uma “seletividade” nas frases usadas por ele na entrevista por telefone que deu ao jornal. Ao ser questionado sobre uma possível aliança com o PSDB, tal como a de Minas Gerais, Praciano disse que, pelas regras eleitorais, tudo é possível, mas que nem era desejo dele, nem do PT, nem do PSDB, e muito menos da executiva nacional, que isso ocorresse em Manaus.

Quanto ao episódio da assessoria de imprensa, Praciano desconhece, e afirmou ao Bloguinho Intempestivo que sequer iniciou esta fase da pré-campanha.

A IMPRENSA ANALISADA: OS ENUNCIADOS SALTAM.

Entre mortos e feridos, quem não se salvou foi a imprensa manoniquim, que nas duas frases expõe as relações que tem com todos os governos que fizeram de Manaus a não-cidade que ela é hoje.

Quando ataca a candidatura de Praciano, logo após esta ser anunciada, e três vezes em uma semana, a imprensa enuncia, sem o saber, que:

1) está do lado das lideranças reacionárias e que já passaram diretamente ou apoiaram governantes que estiveram na prefeitura e/ou no governo, e que foram responsáveis diretamente pelas mazelas sociais e pela inércia política da população de Manaus. Dada a atuação configuração das candidaturas, somente Praciano, até agora, não se aproximou das tradicionais lideranças ligadas a Amazonino, Gilberto, Alfredo, Braga, o ataque à candidatura de Praciano deixa claro de que lado esta imprensa está.

2) mostra, ao mesmo tempo, que a candidatura de Praciano tem densidade suficiente para, se bem conduzida, derrotar nas urnas os “apoiados” por esta imprensa. A preocupação em atingir a campanha de Praciano é semelhante à imprensa nacional, que quanto mais tenta atingir e derrubar a possível candidatura de Dilma em 2010, mais lhe dá visibilizade, e ela cresce nas pesquisas. O famoso tiro no pé.

PARA DERRUBAR O INIMIGO, ATÉ “FOGO AMIGO” VALE

No afã de atingir Praciano e tentar associar seu nome com as tradicionais e reacionárias lideranças partidárias de direita do Amazonas, o jornal não pensou duas vezes em usar a altíssima rejeição que o senador-orgulho do Amazonas, Arthur ‘5,5%’ Neto tem. Ao insinuar uma aproximação entre Praciano e ‘5,5%’, o jornal espera, evidentemente, que parte dos eleitores de Praciano se afastem dele, dada a sinistra aliança.

De quebra, demonstra a utilidade eleitoral de Arthur ‘5,5%’ Neto nestas eleições: servir de âncora, puxando para baixo qualquer candidatura a que se aproxime. E isso porque Arthur é aliado de longa data do jornal.

A INTELIGÊNCIA E O HUMOR CONTRA A RIGIDEZ

Praciano deve, no entanto, ter cuidado com a imprensa local. Sua candidatura representa um perigo para interesses financeiros e particulares que encontram eco nas páginas e teles de quase todos os órgãos locais de comunicação. Contra a rigidez, só a inteligência, o humor, a ternura, a alegria, a compreensão.

Mais cuidado, no entanto, deve ter a imprensa: se continuar atacando assim, é capaz de eleger o Arigó no primeiro turno…

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