.UFANISMOS E TOTALITARISMOS EM TORNO DA AMAZÔNIA.

A segmentaridade moderna e dura há muito tempo conforma o espaço inventado da Amazônia. A política nesta segmentaridade se faz por meio de “alianças”, sejam partidárias ou não, na qual as decisões compartimentadas tendem à binarização das ações no governo. Mas os diversos setores sociais não compreendem que “um campo social não pára de ser animado por toda espécie de movimentos de descodificação e de desterritorialização que afeta as ‘massas’, segundo velocidades e andamentos diferentes. Não são contradições, são fugas” (Deleuze e Guattari); e que o poder centralizado, no qual o sistema arborescente se encarrega de disciplinar o espaço, composto pelos saberes científicos, políticos, culturais. Por isso, o sistema político funciona como um todo global e não existem lugares isolados, como tentam massificar a mídia e os ambientalistas apocalípticos. O que analisamos em alguns fatos ocorridos neste mês sobre as chamadas políticas ambientais.

O novo ministro do Meio Ambiente, ao contrário da atuação de Marina Silva, que acreditava na impossibilidade de se governar a Amazônia só com ações de comando e controle, o atual ministro, Carlos Minc, ameaça: “Tremei, poluidores!”. Uma afirmação perigosa, infantilizada no discurso do “ambientalista padrão”, para a população de várias cidades brasileiras. Se tomarmos como exemplo a falta de saneamento básico na cidade de Manaus, todos nós, moradores desta cidade que já foi o ciúme de certos políticos, nesta lógica controladora-policial, podemos ser presos a qualquer momento. A questão não é somente esta, é preciso perceber a própria ineficiência de políticas públicas de diferentes segmentos. Em Manaus, por exemplo, a SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) persiste na política do enfeite de flores de garrafa PET, está alheia à coleção de esgotos da cidade de Manaus, despejando na “cobiçada-maior-bacia-hidrográfica-do-mundo” todo tipo de dejetos.

Plano Amazonas Sustentável (PAS) ou o novo modelo de desenvolvimento na Amazônia brasileira (abrangendo os 9 estados-membros da Amazônia Legal), lançado do dia 8 de Maio, já começa a apresentar indícios de “tremedeira”, por parte do seu coordenador. Os 16 compromissos assumidos pelo Governo Federal parecem causar estremecimento no ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, que reconheceu limitações na coordenação do PAS. A pasta geral deste ministério, segundo Unger, seria ideal para o controle deste programa grandioso. Mas ao perceber a complexidade da situação, tremeu: “Preciso confiar no patriotismo e generosidade dos brasileiros nesse trabalho de construção coletiva. A causa da Amazônia sustentável, mais do que qualquer outra, é capaz de comover a nação”. Quem espera trabalhar com comoção geralmente não está preparado para trabalhar com a razão.

Amazônia Brasileira tem dono: os brasileiros Os países ricos tentam fazer ingerência na política para a Amazônia brasileira, Lula responde: “O mundo precisa entender que a Amazônia brasileira tem dono e que o dono da Amazônia é o povo brasileiro: são os índios, os seringueiros, os pescadores, somos nós, que somos brasileiros, e que temos consciência de que é preciso diminuir o desmatamento, é preciso diminuir as queimadas”. Enquanto isso, o Greenpeace, em mais uma de suas investidas midiáticas, luta pelo clamor do povo ao “Salvem as baleias!”, tentando impor a hierarquia do poder totalitário. Mas parece que estas ONG’s vão enfrentar a resistência não só de Lula, mas até da própria direita, que agora já fala em mais uma CPI, a das ONG’s que atuam na Amazônia. No caso da direita, é claro que é uma defesa de patrimônio particular, haja vista as intenções da bancada ruralista, sem a mínima percepção da importância da floresta, dos rios, dos bichos para a coletividade.

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