ÁGUA: ENQUANTO UNS NÃO TÊM…
E enquanto mais da metade dos habitantes manoniquins meneiam a cabeça em concordância com a ministra Dilma, e aguardam a pirotécnica manobra prefeitural que deixou a outra metade da cidade (que dispõe de água de péssima qualidade e que também concordou com Dilma) durante toda a quarta-feira e a madrugada de quinta, leitores intempestivos contactaram este Bloguinho para fazer duas observações sobre a questão do abastecimento de água na cidade que não são colocados no rol das eternas “propostas”, ou como eram conhecidas antigamente, promessas, mas que fazem parte do pacote que deixaram todos os prefeitos anteriores e que deixará, quem sabe em situação até pior, o atual prefeiro, Serafim:
1) Parte da zona Sul de Manaus, que envolve os bairros da Betânia, Morro da Liberdade, Santa Luzia e parte do Crespo, São Lázaro e Educandos, o regime de recebimento de água nas torneiras segue todos os procedimentos de racionamento, embora sem a mesma divulgação por parte da Prefeitura. Na Santa Luzia, por exemplo, falta água religiosamente – sem Deus, é claro – entre as 11h e as 18h, bem no horário em que as louças do almoço estão por ser lavadas e o sol está em seu melhor momento para enxugar a roupa. Em partes da Betânia, o líquido precioso só dá o ar de sua graça durante a parte da manhã e de madrugada. Isto começou, segundo leitores-moradores das áreas, há uns três anos, e vem seguindo assim.
2) Segundo depoimento informal de um leitor entendido nas questões físico-químicas, o cloro usado no processamento das águas que saem pelas torneiras manoniquins – quando saem – é de péssima qualidade, daí a cor esbranquiçada da água que chega de manhã cedo ou no finalzinho da tarde, ou mesmo em qualquer horário em que ela tenha faltado e esteja retornando. O cloro, nestas condições, não é bem solucionado na água, e pode fazer mal, além de provocar reações alérgicas.
Claro que se pode afirmar, dentro da lógica do abastecimento de água que permeia ainda a administração pública de Manaus, que os moradores das áreas que têm estes problemas devem dar-se por satisfeitos por ainda terem água para reclamar da qualidade. Mas assim como o transporte público não se reduz a colocar ônibus novos nas ruas, assim como saúde pública não se reduz ao salário dos médicos, educação não se reduz à reforma nas escolas, abastecimento de água para uma população não se deve reduzir a ter água na torneira de qualquer jeito, sem atentar para a qualidade e constância do serviço, que interfere diretamente na vida de uma cidade, impedindo seus moradores de exercerem plenamente seus direitos e deveres.
no meu bairro tambem não ha agua encanada nem sistema de esgoto; moro na cidade de Parauapebas/Pará
falta de organização.