O BORBULHANTE COLUNISTA SOCIAL KENNEDY ALENCAR, COLUNISTA DA MINISTRA
Não dando a mínima ao comentário do ilustre jornalista Mino Carta, para quem o jornalismo brasileiro é o único do mundo que possui coluna social, o borbulhante colunista social Kennedy Alencar abraçou seu ianque Kennedy, depois de jogar as loas do Pajeú seu Alencar, e foi à luta purpurinante de seu affair psicodélico. O mundo das notas colunáveis das lantejoulas políticas. O frisson generoso das mariposas cintilantes do glamour democrático tupiniquim. “Tupi or not Tupi!” A Frinéia da questão borbulhante.
Embora com a ministra Dilma Roussef desfilando em todos pontinhos policrômicos de seu frenético high great hall holiday imagético, teve tempo para dar uma esticadinha no bombante sucesso de Lula, que para si é legado à ministra, e coluná-lo teologicamente: “O crescimento da economia e a ampliação inédita de nossa história recente de programas sociais para os mais pobres tendem a ‘canonizar’ Lula em vida. Se o nordeste já tem o Padim Ciço, o Brasil poderá ganhar o Padim Lula”. Se ele é o colunista da ministra, e a ministra é amicíssima do Sapo Barbudo, porque não purpuriná-lo também? Assim se pensa na evanescência singela do high society. E acrescentou, entre as brumas: “Lula vai terminar o mandato superpopular”.
Tendo na tênue superfície de sua epiderme preênsil, o resultado de uma pesquisa feita pelo PSDB sobre intenção de voto para presidência em 2010, que afirma crescimento de sua adorada ministra, depois da colunização do suposto dossiê, tremeluziu trinando: “Dilma Roussef cresceu. Saiu dos 2% para 9%. Dilma ficou mais conhecida”. Envolto no invólucro radiante da nota majestosa, sugeriu à amicíssima ministra: “A ministra deveria agora elaborar um sobre Aécio, outro a respeito do José Serra (PSDB), fazer um de Ciro Gomes (PSB) e dar uma fuçada na vida de Heloísa Helena (PSOL). Assim Dilma explodiria nas pesquisas e ganharia no primeiro turno. Não precisaria nem do apoio de Lula”. Arraso total! Arrepio da ponta do dedão do pé, subindo pelo corpo e descendo pela coluna fremindo o ilíaco, até a base do calcanhar. Desejo revelado: a ministra já é presidente!
Depois de ser aplaudido por seus pares com a nobre revelação, como é de seu modelito colunável brincar com os clichês do gagá jornalístico, saltitou florescente com seus estereótipos bruxuleantes. Jogo das amarelinhas: “Retrocedeu algumas casas”. Carnavalesco: “Ala do Serra”. Policial: “Patrulhar”. Sofredor: “Embarcar”. Cardealista: “Canonizar”. Suinólogo: “Fuçada”. Alta costura: “À tiracolo”.
Assim ficou por muito tempo brincando com suas pérolas e miçangas off-line, enquanto a ministra Dilma Roussef ativava mais um lançamento-evento PAC — Programa de Aceleração do Crescimento.