A anomalia, como subjetividade enunciadora e prática mental/política/social, é entendida como regimes semióticos e pragmáticos. De acordo com suas manifestações, podem ser lidas em dois discursos. Um, anomalia subjetividade como regime semiótico rizomático, cartografias de desejos produtivos de democracia, virtú, multitudo. Pragmatismo molecular, linha de corte descontinuadora da imobilidade do sistema capitalístico, devir/político/social. Enunciados dos filósofos Toni Negri, Deleuze e Guattari. A potência de uma sociedade constitutiva. Dois, anomalia subjetividade como regime despótico semiótico arborescente selecionador, classificador e hierarquizador. Força mantenedora da pragmática paranóica da concorrência exterminadora. Ponto molar/imóvel produzido e mantido pelas leis do capitalismo e sua moral absorvente. Enquanto a primeira libera as potências vitais-criativas, a segunda, sem suspeita de sua anomalia, mantém aprisionadas as potências tornando-as reativas: forças voltadas contra o próprio homem.

Como não podia ser outra, a anomalia da direita é a segunda. A anomalia clássica. A anomalia da lógica do que lhe é próximo, os seus privilégios, a limitação perceptiva; não a lógica do distante, o que está fora como o outro, a percepção horizontal, a essencialidade do homem como ser das distâncias, anomalia da esquerda. Não, sua anomalia é o que os franceses chamam de deformação profissional. Atividade exercida por um sujeito com o fim em si mesmo. Por tal, não pode ser tratada apenas como um alteração social, mas sim como uma mutação mental ou psiquiátrica. O que não alcançou uma forma necessária à sociedade. Aí a preocupação que nós brasileiros temos que ter com a direita, já que não se trata apenas de um desvio moral, uma falha na forma de agir e avaliar a sociedade através de princípios morais. Trata-se de uma psicopatologia com alteração perceptiva/cognitiva. Um caso de sociopatia. Daí porque, para ela, todos os seus atos são normais quando se trata de realizar suas pulsões amorais sem nenhum laivo de culpa, já que seu modelo ideal de normalidade é o poder do capitalismo, em si, patologia. Daí porque o senador Álvaro Dias comete um delito criminosamente sórdido, e procura incriminar o governo.

Não estamos diante de um caso psicopatológico tradicional, em que o paciente alucina em si, embora a alucinação seja produzida pelo delírio histórico. Estamos diante de um caso psicopatológico em que o sujeito age sob forte efeito perverso, cujo endereçamento é a própria sociedade. Uma ameaça à democracia; pois, como se trata de parlamentar, mídia, pequenas partes de outras classes, situadas em instituições acima de suspeitas, nós tendemos, ingenuamente, a não acreditar que aí há patologia. Mas não podemos esquecer que estes infiltrados/amorais na sociedade são responsáveis historicamente pelas mais perversas atrocidades contra a democracia. Portanto, não devemos nos surpreender com seus atos sórdidos, pervertidos, abjetos, tudo que são capazes. Devemos, tão somente, lutar para que sua tara não seja ameaça à democracia.

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