COLUNA VERTEBRAL
Se a Vertebral não analisou nada se realizou

# O ex-presidente, “O amor é lindo!”, Itamar sempre foi mais franco do que dissimulado. Até mesmo quando teve a seu lado em um palanque a jovem sem calcinha. Sempre um homem apaixonado. E, envolta nesta paixão, vai colocando seus temas agradáveis para uns e outros, ou não. Desta vez, em entrevista à Gazeta Mercantil, revelou o que alguns sabiam, outros desconfiavam, e outros, o mínimo, não acreditam: Fernando Henrique, já não ministro da Fazenda, assinava cédulas do Real como se ainda fosse ministro. É crime. Ato publicitário a sua campanha presidencial. Queria ser tido pela população como responsável pela mudança econômica no país. Colou. Para o mal do Brasil. E, ainda, do alto seu topete, afirmou que é um erro acreditar que José Serra, amigão de Fernando Henrique, é o pai da lei dos genéricos. Para nós, nesta segundona TDPM—Transtorno Disfórico Pré Menstrual, são boas as revelações: fortalece cada vez mais na opinião pública quanto o mestre do PSDB é capaz para realizar seus intentos antidemocráticos. Itamar tem razão: “O amor é lindo!”.
# Ambrósio, algumas pessoas se surpreenderam com o resultado da pesquisa feita pela Agência Nova S/B e IBOPE, que mostra 26% da população aceitando o uso da tortura policial para obter confissões dos presos. Um aval público. Sim, é torpe, repugnante. Imagina o grau de ressentimento, má consciência e ideal ascético (zero de Vida) que estes elementos (na linguagem policial) carregam para terem esta opinião tão judicativa. Estas pessoas que se surpreenderam, se surpreenderam em suas inocências. Não atentaram para estes que assim opinaram: a classe média com curso superior. Aquela que é contra Lula. Aquela individualista e indiferente, que dança no canto do “Meu pirão primeiro”. Aquela, paranóica, que antecipa seu sofrimento antes de se tornar vítima. Daí pretender antecipar a dor do torturado: vingança. “O que é meu, é meu”. Misto do dogma teológico com o Direito Penal: “Não roubarás!”. Sobre esse tema, a filósofa Filó disse que Nietzsche já havia dito que a grande ordem que o poder perpassa no homem é o impulso para punir. Muito antes da existência da lei. Uma espécie de vingança coletiva. O ritual da dor. Eis porque Bush manda que seus soldados torturem, mesmo sendo anticristão. Mas a igreja torturou, argumentam. Ainda Filó, o filósofo Sartre afirma que a maior angústia do torturador é querer se apossar do corpo do torturado, o que nunca consegue, mesmo com a confissão. A tortura se metamorfoseia por territórios variados: “Diz que me ama! Não faças isso!”. “Faço isso para seu bem!”. “Quem não estuda, não come merenda!”. Em qualquer forma (força), a tortura é a manifestação da diminuição da potência de agir. Um ódio contra a Vida. No caso da tortura policial, a policia tem que fazer valer a enunciação que criou: Departamento de Inteligência. Caso contrário, aumenta mais o que a sociedade sente: a revolta dos transgressores contra a própria sociedade. Essa Filó.
# Ouvindo os argumentos filosóficos da Filó, sorvendo aquele café amargo que só ela suporta, a Tamarina recorreu ironicamente ao teatrólogo Brecht, com seu bisturi social: “Não se iluda. Por acaso foi poupado, mas se sua sorte mudar está perdido”. A grande ilusão destes crentes que escaparam: os intocáveis. Assim pensava ACMal, antes do caso da violação do painel do Senado. E Tamarina terminou declamando: “Este sistema que eles construíram, a humanidade é uma exceção. Portanto, quem se mostrar humano que pague as conseqüências, pois nunca tem razão”. É aquela história: falou em moral capitalista, Brecht se apresenta logo.
# O assunto: nome para casa da mulher espancada. Eis que o Conselheiro Josué Filho, segundo o governador, Eduardo Braga, em seu programa de rádio, sai com sua contribuição nominal: “Casa Sabia! Porque o sabiá gosta de flores. E a casa vai se encher de flores”. Arre, égua! A mulher tomada de hematomas-flores. “Receba as flores que lhe dou. Em cada flor um beijo meu. Querida, mil vezes querida…”. Acontece que espancamento é criação do homem. Negócios do homem. Os outros seres nada têm a ver com isso. Logo eles que também são espancados e mortos pelo homem. Herança passada aos epígonos: as novas gerações que entram já de cabelos brancos na existência. Que beleza perversa. A mulher espancada é levada para uma casa que nasceu como efeito de uma patologia, e vai ter que ver o mundo colorido, alegre, cantante, criador: a falsificação do Mundo Gay. Mas que conselho! Uma antropomorfização transferidora dos males do homem: o sabiá tem que ser o terapeuta. Que conselho! ‘Eraste’!
# Falando em novas gerações, entrar na existência de cabelos brancos, saque nietzscheano, ‘dísque’ uma turma do orkut resolveu fazer um protesto contra o governo Lula. ‘Dísque’, segundo ela, nada a ver com o Cansei, mas um protesto contra a corrupção, a censura, etc. Mas o grande ‘dísque’, foram os recursos estratégicos. Resultado: o vazio. A turma já estava auto censurada: a alienação conservadora.
Sendo assim, quero mais é Rock!
Esta turma não tem toque!
Beijos e abraços Vertebrais!
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