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@ DEM’SESPERADOS CONTRA O TERRITÓRIOS DA CIDADANIA. Os Democratas tupiniquins resolveram entrar na justiça contra o programa “Territórios da Cidadania”, que vai investir mais de 11 bilhões de Reais em 2008 nas regiões com baixo IDH, visando eliminar os bolsões de miséria rurais e urbanos do país. Este ano serão 60 territórios. Em 2009, mais 120. A alegação é a de que o projeto está sendo implantado em ano eleitoral. Na verdade, um sinal do desespero dos cansados, ou como diria o populacho, cachorro que foi mordido por cobra tem medo de lingüiça. Quando o Bolsa Família surgiu, nenhum político de qualquer esfera que fosse tinha receio de taxá-lo de esmola, de subversivo e paternalista. Depois de 2006, falar mal do Bolsa Família é suicídio eleitoral, e os engravatados de PSDB e enfezados do DEM’sesperados tiveram que tecer loas à astúcia do Sapo Barbudo em plena campanha presidencial. Deixaram os impropérios ao programa para os sabujos das Redações Epistemologicamente Reduzidas – RER, que não estão sujeitos ao escrutínio direto dos eleitores, embora os editores e donos de revistas e jornalões tenham sentido no bolso em 2007 o peso de ser contra a distribuição de renda. De qualquer forma, é o espectro da perda dos últimos rincões de desmandos eleitorais que amedronta PSDBestas e DEM’sesperados. I inda tem françêis…

@ TERRITÓRIOS NÃO É SÓ GRANA NA MÃO. Não se trata apenas do montante de recursos para regiões pouco desenvolvidas, pois aí ainda teríamos os mesmos “coronéis” rondando os peões e comprando votos a preço de ocasião. O que DEM/PSDB (e PMDB e Cia limitada temem) é a perda da possibilidade de usufruto da miséria como condição eleitoral, com a autonomia política destes núcleos. Os núcleos, chamados de Colegiados, terão representação institucional dos poderes, mas sobretudo da sociedade civil organizada. Lula sabe, como Chávez, Evo e Fidel, que uma revolução no modo de existir das pessoas só acontece com a participação e o envolvimento de todos ativamente nas decisões e nas atitudes coletivas. Só enfraquecendo o bloco rígido das estruturas de poder é que se pode deixar passar as linhas intensivas criadoras de outros modos de existir. Pode acontecer, como pode não funcionar em alguns locais, onde estas linhas ainda não encontrem condições materiais (físicas, intelectivas, afetivas) para que isto aconteça. Mas onde acontecer, ainda que micropoliticamente, DEM’sesperados e PSDBestas não terão mais vez. I inda tem françêis…

@ ESTUDO DEPRIME INDÚSTRIA DE ANTIDEPRESSIVOS. Cientistas da universidade de Hull, no norte da Inglaterra publicaram um estudo em que afirmam a ineficácia de antidepressivos no tratamento de depressão, exceto nos casos mais agudos, onde as drogas (fluoxetine – Prozac, paroxetine – Seroxat), que têm efeito no controle da serotonina, conseguem minimizar os sintomas com eficácia. “Isto significa que as pessoas que sofrem de depressão podem melhorar sua saúde sem tratamentos químicos. Levando em conta estes resultados, há poucas razões para prescrever antidepressivos, salvo em casos de pacientes com depressões severas”, afirmou Irving Kirsch, coordenador do estudo. A reação das indústrias farmacêuticas foi imediata e previsível. Não concordam com o resultado do estudo. Em 2006, mais de 31 milhões de pessoas somente na Inglaterra. Tem muita gente tomando antidepressivo por aí achando que está com depressão, quando está apenas triste. O termo “Depressão” se popularizou a ponto de qualquer pessoa que esteja insatisfeita corra o risco de ser diagnosticada, por profissionais ou pelo senso comum, como “deprimidas”. Em Manaus, recentemente houve um caso de um homem internado no HPER (Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro) com o diagnóstico da doença. Ele estaria apresentando comportamento agressivo, desde que não conseguiu obter um benefício social do INSS. Parece que a cada pequena frustração, cada mínimo infortúnio é considerado socialmente inadequado, e logo submetido à tratamento psicofarmacológico. Enquanto isso, a conta bancária de médicos patrocinados e das indústrias da hipocondria crescem em progressão geométrica. Lá, o governo pretende investir em terapias de fala (psicoterapias) nos próximos 3 anos a fim de diminuir a dependência do remédio, que não atinge o ponto nevrálgico da depressão: o existencial… I inda tem françêis…

@ POLÍCIA FEDERAL PRENDE EMPRESÁRIO ANTI-CPMF. A operação Pirita, da PF, prendeu mais de 16 pessoas, entre EUA e a zona sul de São Paulo. Só no bairro nobre da paulicéia, foram apreendidos 17 carros de luxo, 17 armas, além de computadores e outras mídias. O esquema da quadrilha envolvia oferecimento de vantagens para investidores, que adiantariam parte do dinheiro, com a promessa de reembolso, o que não acontecia. Calcula-se que conseguiram arrecadar mais de 50 milhões de dólares. Mas até aí nenhuma novidade na PF que só passou a existir após o governo Lula. O que interessa da notícia é que um dos membros da quadrilha é o pai do trio ternura KLB, que ajudou na organização e participou do show contra a CPMF bancado pela FIESP. Na ocasião, Kiko (o “K” da banda), mostrando dotes de analista político digno de um Kaká, afirmou ser contra a CPMF porque a melhoria na saúde foi “irrisória”. Quanto ao repórter, sequer cogitou questionar se Kiko, Leandro e Bruno usam a rede pública de saúde, ou se sustentam sua opinião “engajada” nas imagens do Jornal Nacional. Como num conto de fadas, o show rolou, e a CPMF caiu. O que dirá nosso intrépido pré-candidato a 2010, Arthur“3%”Neto, sobre a façanha de KLB pai? Ele que se vangloriou de ter acabado com um imposto injusto, é descoberto pela população como exterminador do único imposto ao qual mesmo os sonegadores e trambiqueiros não podiam evitar de pagar. E agora? I inda tem françêis…

@ O VÍRUS IMTU/SINETRAM, PARA MARCELO RAMOS, a rebarba da rebarba do PC do B na Prefeitura Municipal de Manaus, será erradicado até o final da próxima semana. O último “vermelho” da gestão Serafim falou que será creditada “uma passagem no cartão de todos que usaram estas linhas. Quem teve prejuízo terá uma compensação, mas quem não tentou também acabará beneficiado”. Clara tentativa de transformar pelo recurso lingüístico o prejuízo em benefício. E ainda, referindo-se aos 152 (segundo ele) carros que ainda não estão com a Integração Temporal em funcionamento regular, disse não parecer “muito justo que todos os 1.450 ônibus rodem gratuitamente se o número de carros com problema no validador é bem inferior”. Mas, com a superlotação dos ônibus e todos esses dias, que vem pelo menos desde o dia 12 de fevereiro, dia em que este bloguinho começou a divulgar e analisar a situação do “misterioso” desaparecimento da Integração Temporal, já vão pelos quase 20 dias. Não há mistério: os empresários é que não vão pagar. E, mais ainda, sobre uma possível ação pública com pedido de liminar, Marcelo Ramos afirmou: “depois que os validadores estiverem funcionando normalmente eu creio que não haverá mais motivo para a ação”. E a superlotação? E os ônibus velhos? E a demora na parada? Parece que um dos principais requisitos para a liberdade — o direito de ir e vir, segundo Aristóteles — se encontra muito comprometido em Manô. Mas, comunista amazoniquim, Marcelinho provavelmente não leu filósofos gregos, só Karl Marx, e talvez argumente que este só andava de bicicleta. (CLIQUE NO CARTAZ DA CAMPANHA NA BARRA LATERAL DESTE BLOGUINHO PARA ACESSAR OS BOLETINS!). I inda tem françêis…

@ NA CONTRAPARTIDA DA LUTA PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, o deputado federal Marcelo Serafim (PSB-AM) quer aumentar o rigor da lei, que é de 1 a 4 anos de prisão, para 4 a 15 anos, pretendendo instituir também uma pena de 3 a 6 anos para quem induz outrem a realizar. “Muito pouco para aqueles que tiram a vida de um ser. E nós somos a favor da vida”, disse o Serafinzinho na Câmara Municipal de Manaus. Geralmente as posições contrárias à legalização do aborto são colocadas a favor dessa “vida” biológica do feto, psicológica da mãe ou pela dogmática condenatória religiosa. Jamais alcançando o aspecto de saúde pública, quanto mais o aspecto político e filosófico. Assim, a questão será vista sempre como um tabu. Enquanto isso, o número de mulheres que vão ao médico com seqüelas de aborto só aumentam, a extorsão nas clínicas clandestinas especializadas se tornam um mercado lucrativo e vão sendo realizados milhares dos chamados “abortos de fundo de quintal”, geralmente sem os instrumentos necessários. Além das seqüelas, o aborto clandestino é um dos maiores causadores de morte de mulheres no Brasil e outros lugares. Pelo que se sabe desde a época da Inquisição, quanto mais a lei é dura, mais ela é burlada. “Vida”, nestes projetos, não passa de um signo esvaziado para sobrecodificação com falsos valores que nada tem haver com ação política. Só se a imperatriz Teodora: “A imperatriz cristã Teodora nunca disse que era uma revolucionária, nem nada que se parecesse. Mas há mil e quinhentos anos o império bizantino foi, graças a ela, o primeiro lugar do mundo onde o aborto e o divórcio foram direitos das mulheres” (Eduardo Galeano, O Paradoxo Andante). I inda tem françêis…

A DEMOLIÇÃO DO TERREIRO OYÁ UNIPÓ, em Salvador, é a demonstração que o Brasil continua seguindo sua história oficial, na perduração do desrespeito e da violentação às minorias, principalmente aos negros. Neste caso, levando-se em conta toda a arquitetônica religiosa de um barracão de Candomblé, é uma ofensa incomensurável. Parece que o prefeito João Henrique (PMDB), candidato à reeleição, dessa vez não contará com as bênçãos dos orixás. A AFIN, que realiza um trabalho junto às religiões afro-brasileiras na cidade de Manaus, que pode ser conferido na tag Candomblé, justamente como uma forma de diminuir estes preconceitos e intolerâncias, deixamos nossa proximidade. Deixamos ainda um depoimento de Ras Adauto, ativista do movimento negro, que puxamos do vi o mundo ou blog do Azenha: “Não sei definir muito bem ainda, o que senti ao ler as notícias hoje de manhã sobre o vandalismo e a destruição do Terreiro de Candomblé Oyá Unipó Neto, no bairro do Umbuí, em Salvador. Se perplexidade, angústia ou uma ira profunda dentro de mim.

Há tempos venho acompanhando os acontecimentos racistas e intolerantes e a violência desencadeada sobre a população negra da Bahia.

Esses fatos envolvem não só parte da população dita branca, mas igrejas intolerantes, aparelhos policiais, milícias e esquadrões da morte e ações por parte de aparelhos do Estado e do Município.

O que nós podemos fazer com isso tudo? Eu, particularmente, não acredito mais em “diálogos democráticos” com os personagens-agentes dessas faturas.

Estamos sendo cotidianamente humilhados no Brasil, nossos jovens estão sendo dizimados na nossa frente, nossas religiões e templos espezinhados em canais de televisão e atacados furiosamente por políticas e administrações racistas, cínicas e vendidas como essas em Salvador da Bahia.

Isso sem falar em acadêmicos e mídias que cotidianamente minam as nossas propostas políticas de direitos civis.

A humilhação tem um limite. E o nosso limite chegou ao fim. Ou damos respostas diretas, concretas e radicais a isso tudo ou então estaremos perdidos para sempre.

Nao é possível que fatos com esses que estão rolando na Bahia possam continuar sem que não haja um basta rigoroso e poderoso de nós todos/as, negros/as, descendentes dos que construíram tudo isso no Brasil em suas costas, braços, pernas e cabeças.

Os 120 anos da dita abolição não estão sendo nada pra nós. Chega de Teatro, pois esse teatro democrático está sendo a arma exterminadora da nossa gente, dos nossos direitos, das nossas religiões, das nossas almas, do nosso sangue.
Passei meu dia hoje muito mal. E sempre me veio à cabeça a toda hora a situação do apartheid na África do Sul.

O Brasil com o seu racismo ciníco e violento, há poucos dias denunciado pelo relatório da ONU, deve ser abolido de vez. E nós temos que ser os agentes dessa nova ordem, pela dignidade do nosso povo e pelas Mães de Santo ofendidas na Bahia…

O nosso Obama somos nós mesmos/as, aqui e agora. Ou é Zumbi ou nada!!!”. I inda tem françêis…

Vamos que vamos nessa e outras

Pois quem voltou não voltou

Com quem ficou no foi não foi…

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