O outdoor é um recurso capitalista/comercial de expor em via pública a imagem de uma determinada mercadoria para ser vista, apreciada e consumida. Em sua forma de sedução estratégica, vender um objeto sem crítica é mais perverso que a publicidade nos meios de comunicação jornal, rádio e televisão. Já que, ao contrário destes veículos, que necessitam da vontade do indivíduo para acionar o circuito comunicativo, ele se impõe como realidade no território de visibilidade que é iminentemente social. Local das práxis produtivas e trocas de relações dos homens. As ruas. Espaço da atualização dos desejos. Sem qualquer pejo invasivo, ele se instala nos olhares dos que transitam como imagem/caminhante. Fato que levou o escritor George Orwell afirmar, em sua obra “Moinhos de Vento”, ser a publicidade o fruto mais sujo do capitalismo. Leitura que o outro camarada do PCdoB, Eron Bezerra, não fez. Por isso se mostra nas ruas de Manaus em formulações discursivas mitificadas e mistificadas pelos enunciados capitalísticos: mesa farta – fome<>comida. O filósofo Marcuse chamaria de signo ilusionista da opulência capitalista. A mesma enunciação coletiva que outros politicofastros já usaram, como o ex-outro comunista Amazonino, com seu Terceiro Ciclo. Exposição que o coloca no mesmo grau perceptivo/cognitivo dos que publicamente falharam democraticamente. Ainda mais quando se entende que os termos usados como atrativos “humanísticos”, no outdoor, na chamada quadra natalina, se mostram exacerbadamente reificados. Longínquo da realidade produtiva do homem como autor de sua vida social através de seu trabalho, como afirmou Marx. Publicidade que também vivifica o culto da personalidade tão bem usado por Stalin, e tão bem condenado por Marx.

Além de quê, no plano dos movimentos políticos relativos ao chamado poder, o camarada, secretário do governador direitista Eduardo Braga, não entende, como disse o filósofo Deleuze, que o papel histórico da esquerda ao chegar ao poder é tornar visível o que a direita sempre procurou ocultar do povo. E para isso é preciso falar em outra linguagem, fora da que se manifesta no sistema discursivo da direita. O que não faz o camarada. Sua prática discursiva é o mesmo conjunto de enunciados composto de regras anônimas, históricas, determinadas no tempo e espaço como condições de exercício da função enunciativa capitalista, como desdobrou o filósofo Michel Foucault. Por tal, o camarada Eron fez uso da semiótica do homem alienado, pessimista-reativo, em detrimento da vida no Homem/Cristo.

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