DOS EVENTOS DE MANÔ
& Enquanto os médicos bailam as ondas comemorativas do seu dia 17, uma dona-de-casa, moradora da zona sul de Manaus, prepara-se para entrar com ação no Ministério Público, questionando situação de negligência a que foi submetida na maternidade Balbina Mestrinho. A dona-de-casa esteve na maternidade para ter seu bebê. A criança nasceu com um problema cardíaco, e precisaria receber cuidados especiais logo após o parto. No entanto, a equipe médica deu alta para mãe e filho. Em casa, a criança chorava sem parar, falecendo menos de 24 horas depois de sair da maternidade. Quando procurou a direção, a dona-de-casa ficou sabendo que nenhuma providência seria tomada, e que o seu parto foi realizado por um médico residente, sem supervisão da equipe profissional.
& A prefeitura parece que resolveu entrar na luta pela conservação dos recursos naturais. E sem fazer disso propaganda eleitoral. Pelo menos é o que acham os moradores do núcleo 16 da Cidade Nova 4. Há mais quatro dias que eles só vêem água quando chove. Nas torneiras, nada.
& E outra dona-de-casa da zona sul também está planejando dar uma volta lá pelo Ministério Público. Esta pretende questionar a pedagogia usada pela escola municipal onde seu filho estuda. Embora a criança faça todas as atividades, e expresse sua insatisfação quanto ao tédio do conteúdo programático convidando seus colegas para correr e brincar na sala de aula, a professora resolveu usar técnica da pedagogia da tortura. Para punir a insubordinação do jovem, colocou-o no canto da sala, e ordenou aos colegas que o chamassem de “burro” em coro. Além de demonstrar sua redução intelectiva, reproduzindo o signo moral da violentação infantil e animal, a professora ainda permitiu, com seu ato, a manifestação institucional da política educacional da Semed: questionado pela mãe quanto ao ato da professora, o diretor da escola não apenas afirmou apoiar qualquer método utilizado pela professora dentro de sala de aula, como instou a mãe a retirar, se quisesse, a criança da escola e procurasse outra, se achasse vaga, já no final do ano letivo.