A partir do dia de hoje até o dia 5 de outubro, data do término da concessão pública que permite à TV Globo operar como veículo de comunicação áudio/visual autorizado pelo estado, este bloguinho intempestivo estará trazendo todo dia um logotipo formado de imagens conjugadas com o logotipo da Globo. É uma espécie de tributo didático a esta deusa da imobilidade democrática, que se traveste de sapiente, mas não oculta suas explicações mistificantes que se pretendem, como diz o filósofo Nietzsche, “tidas por profundas; a verdade é que sequer são superficiais”.

Sabemos que uma versão tupiniquim chavista está fora de cogitação, não só pela brandura democrática que o presidente Lula tem dedicado ao vírus globotarizante, mas também pelo papel do parlamento. Pois, para que a concessão seja negada é preciso também o voto desta instância política. Como se sabe que este senhor anda com muitos dos seus condutores, principalmente a moralista direita dita oposição, comprometido com a performance do “Como se”, a necroimagética vai ter que se devorar por si mesma. Processo autofágico em audio/visível andamento. E para refrescarmos algumas memórias e tornarmos memórias aos que não sabem, transcrevemos o texto publicado pela Folha de São Paulo em l996, período de eleição para prefeito, com o título “O Que é Bom Para a Globo Não Convém Ao Brasil” Resposta ao Monopólio. Como coisa que a Folha soubesse o que é bom para o Brasil. Desmesurada pretensão desta que faz parte das mídias reacionárias e conspiradores. As edições que antecederam as eleições do ano passado que o digam. E que o digam mais Lula e os democratas compatriotas. Mas façamos de conta, como no conto da carochinha, que a briga era para valer, já que o que nos interessa é o conteúdo. O depoimento histórico que é real. Alhures e algures muito bem comprovado. Eis o discurso de defesa. Com vocês a Folha!

A Rede Globo publicou anúncio em diversos jornais onde acusa a Folha de “distorcer fatos”, “inventar mentiras”, “violar a ética jornalística” e “caluniar a emissora”. O mesmo anúncio foi divulgado em sua programação. Qual o motivo para tanta histeria?

A Folha noticiou que o PPB e o PT de São Paulo entraram com representação na Justiça Eleitoral, alegando que seus candidatos estão sendo prejudicados na inserção de anúncios eleitorais na programação da Globo. O PSDB do Rio, com suspeita semelhante, já havia solicitado uma medição nos anúncios na programação carioca, fato também notificado na Folha. Nos dois casos, o jornal procurou registrar, como é da sua praxe, a versão da emissora.

É normal que existam controvérsias desse tipo em tempo de eleições. Mais do que normal, é necessário que a imprensa independente as leve ao conhecimento do eleitor. A decisão, como é óbvio, cabe à Justiça Eleitoral, por meio de seus magistrados. Mas a Globo não está acostumada com democracia.

A emissora carioca pode não entender nada de democracia, nem de jornalismo, mas é especialista em manipulação eleitoral. Fez campanha contra o Movimento Diretas-Já, vendo-se obrigada a aderir na última hora, quando seus veículos já não podiam circular sem sofrer hostilidade da população. No desespero de evitar uma vitória de Leonel Brizola na eleição para governador do Rio, a Globo já havia se envolvido no escândalo Proconsult, uma das maiores vergonhas na história política recente. Mais tarde, praticou a edição criminosamente deformada do debate entre os candidatos Collor e Lula, com vistas a eleger o primeiro, a quem apoiou durante toda a campanha.

Não é por acaso que qualquer cidadão bem informado suspeita de novas manipulações por parte da Globo.

É no mínimo risível que a emissora venha falar em ética. A Globo foi feita com capital estrangeiro em flagrante violação da lei. Essa é origem de sua vantagem sobre as demais emissoras que até hoje tentam, corajosamente, fazer-lhe concorrência. A Globo cresceu no apoio subserviente aos governos militares, beneficiando-se de todo tipo de favores, concessões, privilégios e negócios duvidosos. Urdiu uma rede de poder, ameaças veladas e atividades suspeitas por todo o país. Pretende agora estender seu monopólio virtual sobre toda a comunicação, açambarcando também as novas mídias.

O que é bom para a Globo não convém ao Brasil. É positivo que exista um jornal capaz de dizer não ao monopólio, a mistificação e à fraude. A Folha se orgulha de cumprir esse papel”.

E então? Dá tese de mestrado? Doutorado? Pós Doutorado? “As Seqüelas Políticas da Seqüelada Globo?”. Pois tá.

2 thoughts on “O OLHAR ESPECTRAL DA GLOBO

  1. Aí, Carlinhos,
    São por estas comunalidades que passam por uma linha vulcânica, onde os metais correm num phylum maquínico livre, por fora da corrosão paradoxal contraditória da platina enferrujada, que os encontros necessários se dão. Agradeceremos pelos baninhos e os publicaremos em nosso bloguinho.
    Valeu!

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